sexta, 20 setembro 2024

Meio Ambiente

22/06/2024 13:13

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Incêndios formam muralha de fumaça e cercam cidade no Pantanal de MS

Queimadas em 2024 já superam níveis recordes de 2020, devastando mais de 500 mil hectares e causando desespero entre moradores

Atualizado: 23/06/2024 09:44

Redação

As queimadas nos primeiros seis meses de 2024 já são 8% maiores em comparação com 2020. Este ano, mais de 500 mil hectares do bioma foram devastados pelo fogo.

Os focos de incêndio continuam intensos no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Na tarde de quarta-feira (19), uma muralha de fogo e fumaça causou desespero em Corumbá (MS). Um vídeo feito de uma balsa no rio Paraguai, principal afluente do bioma, mostra a situação dramática em torno da cidade.

Moradores locais descreveram o cenário como um de medo e desespero, comparando a situação a uma guerra. A cidade está cercada por fogo e fumaça, e a população teme pelo agravamento da situação. Nos últimos 15 dias, a qualidade do ar tem se deteriorado devido à fumaça e fuligem, tornando a respiração difícil. O fogo se aproxima perigosamente do outro lado do rio, o que é profundamente preocupante.

Além da destruição visível, o calor na cidade está mais intenso do que o normal, criando uma sensação de estufa que afeta até os animais. Imagens mostram as ruas da cidade cobertas de fuligem e envoltas em fumaça.

O número de focos de incêndio no Pantanal em 2024 já supera o registrado no mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas no bioma. Comparando os períodos de 1º de janeiro a 19 de junho de 2020 e 2024, as queimadas são 8% maiores este ano, segundo dados do Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Especialistas explicam que o aumento dos focos de incêndio no Pantanal em junho é resultado da antecipação da temporada do fogo, que geralmente ocorre entre o fim de julho e agosto. Pela primeira vez, o Pantanal está completamente seco no primeiro semestre. Mais de 2 mil brigadistas foram contratados para atuar em todo o país, com foco inicial no Pantanal e na Amazônia. As crises climáticas são eventos cada vez mais extremos. A seca severa e a estiagem expuseram a planície ao fogo mais cedo em 2024, exacerbando a crise ambiental e causando uma devastação sem precedentes.

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