domingo, 22 setembro 2024

Cidades

05/09/2023 09:27

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Operação padrão em Porto Seco de Corumbá pode impactar comércio de importação e exportação

Ação de auditores-fiscais afeta fluxo comercial de produtos entre Brasil e Bolívia

Atualizado: 05/09/2023 11:28

Redação

A partir desta semana, o maior porto seco do Centro-Oeste entra em operação mais lenta devido a uma ação padrão de auditores-fiscais. Isso ocorre após o governo federal cortar drasticamente o orçamento da Receita Federal, reduzindo-o de R$ 2,4 bilhões para apenas R$ 700 milhões.

Essa redução orçamentária impacta diretamente os pagamentos de bônus para servidores federais, bem como o financiamento do setor. Com essa ação padrão em andamento, pode haver atrasos na liberação de caminhões envolvidos em importações e exportações, afetando diretamente um comércio que já movimentou mais de R$ 4,3 bilhões (US$ 878 milhões) entre janeiro e julho deste ano.

Mato Grosso do Sul, especificamente em Corumbá, tem uma das maiores atividades de transporte de carga no interior do Brasil, com foco na exportação de produtos como soja, milho não processado, celulose e carne bovina para a Bolívia. Do país vizinho, são importados principalmente gás natural, fertilizantes, cobre e tecidos de materiais têxteis sintéticos.

Embora a operação padrão tenha começado na segunda-feira, seu impacto direto ainda não foi sentido pelos transportadores. A movimentação de veículos no Posto Esdras, onde ocorrem os procedimentos de fronteira, foi menor durante o dia, em parte devido a um protesto planejado no lado boliviano da fronteira. Quando há informações sobre bloqueios na Carretera Bioceânica, que liga Corumbá a Santa Cruz de la Sierra, muitos caminhoneiros adiam suas viagens.

No entanto, durante a noite, mais de 25 caminhões já formavam fila na região, aguardando os trâmites burocráticos nas primeiras horas da terça-feira para evitar possíveis atrasos. Um motorista que viajou de São Paulo com destino a Santa Cruz de la Sierra antecipou que esperava enfrentar atrasos na área de San José, próxima ao seu destino final, devido a protestos locais exigindo a construção de uma rodovia pelo governo boliviano.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a operação padrão continuará até que o governo federal reverta o corte orçamentário. Dirigentes do sindicato se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília, para pressionar por mudanças, indicando que Haddad está comprometido com o pagamento de bônus aos auditores-fiscais, mas sem confirmação de que o corte orçamentário será revisto.

Em 2022, a mesma categoria realizou um protesto semelhante, que durou mais de dois meses e causou enormes filas de caminhões em Corumbá, além de impedir veículos de realizar viagens devido a atrasos na liberação de cargas. Os procedimentos que costumavam levar até 3 dias passaram a levar mais de 7 dias. Naquela época, caminhões carregados com combustível ficaram estacionados por mais de 10 dias no pátio do Porto Seco, aumentando o risco de incêndios devido ao calor na região. A operação padrão anterior começou em dezembro de 2021 e só terminou em março de 2022.

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