sexta, 20 setembro 2024

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09/05/2024 10:17

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Proposta de expansão urbana em Campo Grande gera controvérsia e ameaça planejamento da Cidade

Atualizado: 09/05/2024 10:27

Redação

Uma recente proposta de emenda pela Câmara Municipal, que busca modificar o projeto de lei nº 11.274/24 relativo ao uso do solo na Zona de Expansão Urbana (ZEU) de Campo Grande, tem gerado intensa discussão. A emenda, que elimina o termo "contíguas" do texto original, é vista por muitos como uma ameaça ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Campo Grande (PDDUA), comprometendo a integridade do planejamento urbano da cidade.

Especialistas na área de urbanismo alertam que a remoção desse termo chave poderia permitir o desenvolvimento habitacional em áreas distantes do perímetro urbano atual, potencialmente causando uma descontinuidade no crescimento ordenado da cidade e impactando negativamente vários serviços públicos. Ângelo Arruda, arquiteto e urbanista que contribuiu para a elaboração do Plano Diretor, expressa preocupação: "Urbanizar áreas remotas da conexão urbana existente pode inflacionar os custos de infraestrutura essenciais como transporte, água e eletricidade, essenciais para atender às populações que residem longe do centro."

A expansão desregulada também poderia levar a uma proliferação de vazios urbanos—grandes extensões de terra dentro de uma área urbana que não são efetivamente utilizadas. A longo prazo, isso poderia comprometer a eficiência e sustentabilidade dos serviços urbanos.

Um dos casos mais emblemáticos dos problemas que podem surgir com a expansão urbana não planejada é o bairro das Moreninhas. Criado há 40 anos na zona rural, o bairro sofreu inicialmente com a falta de serviços básicos, como saneamento e acessos adequados, ilustrando as dificuldades de se desenvolver novas áreas sem uma infraestrutura adequada. 

Adicionalmente, a Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb) adverte que uma ocupação desordenada da Zona de Expansão Urbana poderia aumentar os vazios urbanos e violar os princípios do Plano Diretor, que visa garantir um crescimento urbano ordenado e sustentável.

Arruda também enfatiza que a capacidade atual da zona urbana é mais que suficiente para suportar tanto a população existente quanto o crescimento projetado para as próximas décadas. "Campo Grande está preparada para acomodar até quase dois milhões de habitantes sem necessidade de expandir seu perímetro urbano," destaca o arquiteto. 

 

 

 

 

 

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