Supermercados nas cidades de Campo Grande e Dourados, em Mato Grosso do Sul, começaram a implementar restrições na venda de alimentos básicos como arroz, feijão, açúcar e farinha de trigo nesta quinta-feira (9). A medida foi tomada após dificuldades de reabastecimento dos estoques, provocadas pelas enchentes devastadoras que afetaram o Rio Grande do Sul.
A Associação Sul-mato-grossense de Supermercados (AMAS) esclareceu que, apesar dos fornecedores locais possuírem estoques suficientes, os problemas logísticos decorrentes do fechamento de estradas no estado vizinho têm dificultado o transporte de mercadorias até Mato Grosso do Sul. "Em precaução, alguns supermercados já estão limitando a quantidade de venda por cliente para evitar a escassez de produtos essenciais", disse um representante da AMAS.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, tentou tranquilizar os consumidores afirmando que o Rio Grande do Sul possui estoques de arroz suficientes para abastecer o país por pelo menos 10 meses.
Impacto nas estradas e distribuição
As chuvas intensas que começaram em 29 de abril no Rio Grande do Sul resultaram em 107 mortes confirmadas e causaram extensos danos às infraestruturas rodoviárias. As polícias rodoviárias Federal e do Rio Grande do Sul reportaram que 137 trechos de estradas estão bloqueados, parcial ou totalmente, o que inclui 56 pontos em rodovias federais e 81 em rodovias estaduais.
Porto Alegre, a capital do estado, está isolada em várias direções, com bloqueios nas rodovias BR-290, BR-116, BR-448 e BR-386. As únicas vias de acesso ao interior do estado atualmente abertas são as rodovias ERS-040 e ERS-118.
Situação atual da colheita de arroz
O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) informou que até o momento, 84,2% da área plantada de arroz já foi colhida, o que equivale a aproximadamente 6,4 milhões de toneladas. Esta colheita anterior às enchentes é o que sustenta a afirmação de que há estoques suficientes para enfrentar os problemas logísticos atuais sem risco de desabastecimento a longo prazo.
O governo do Rio Grande do Sul e entidades comerciais estão trabalhando para restaurar a normalidade nas rotas de distribuição e garantir que o abastecimento de alimentos e outros bens essenciais não seja interrompido para as regiões afetadas e para os estados vizinhos como Mato Grosso do Sul.
