quinta, 19 setembro 2024

24/05/2024 08:54

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O PANTANAL DO PAIAGUAS

O PANTANAL DO PAIAGUAS

Olá, leitores. Uma das paixões que herdei do meu pai é a vontade (quase uma necessidade) de estar no “mato”.

Meu saudoso pai era um verdadeiro aventureiro e talvez pelo fato de que desde os 9 meses de idade ele e minha mãe já me levaram para seus acampamentos no mato, eu carrego em mim, desde sempre, essa grande paixão pela natureza.

Em 2011, adquiri meu primeiro off road, exclusivamente dedicado às incursões no fora de estrada. Era um Jeep Cherokee Sport 1997 (a famosa XJ).

Embora a compra, naquela época, já permeava meus pensamentos, encontrar um grande amigo de infância, o colega advogado Benedicto Figueiredo (Benê), foi um empurrão a mais.

“Benê”, naquele fevereiro de 2011 havia acabado de comprar um Jeep Willys da década de 60, veículo que, salvo engano, ele ainda conserva até hoje.

Pois bem, já no carnaval daquele mesmo ano, eu fui até cidade de Americana-SP buscar a minha XJ. Era linda, muito bem conservada e absolutamente “careta”, pois totalmente original.

Surgia aí o início do exercício efetivo dessa paixão pelo off road.

E fora nesse mesmo ano de 2011 que eu, o Benê e o Alexis Prappas (que logo depois também comprou sua XJ), “fundamos” o Waka Waka Off Road, grupo de jipeiros que segue firme até hoje, reunindo amigos para aventuras, expedições e, claro, os churrascos.

Após esse breve, porém necessário prolegômeno, vamos ao que interessa: as expedições ao pantanal.

E após 13 anos viajando para o pantanal, duas vezes ao ano, não me canso de me pegar encantado com as maravilhas que o Pantanal Sul-mato-grossense proporciona não somente a mim, mas a todos aqueles que nele resolvem se aventurar.

Essa porção de terras cuja peculiaridade é a de se alagar por alguns períodos é simplesmente maravilhosa e absolutamente peculiar.

E neste mês de março de 2024, reunimos parte do grupo para mais uma das nossas viagens.

Embora a gente tenha o hábito de viajar para a região pantaneira da Nhecolândia, desta vez fomos para o Paiaguás.

Assim, na quinta feira, dia 10 de março, Eu, meu filho João Pedro e seu amigo de escola, o Victor, Geraldo Barbeta, Felipe, Ronie, Pedro, meu irmão Pablo, Gustavo e seu pai Rosalino, saímos de Campo Grande para a cidade de Coxim, onde pernoitamos no rancho que era do meu pai, à beira do Rio Taquari.

Na sexta feira cedo, fomos até o Posto Pegoraro para encontrar nossos amigos Luis Fernando e Dharyelen Pegoraro, pois o destino daquele dia era a Fazenda Campo Bom, de propriedade desses, distante 120km de terra, sentido Município de Corumbá, através da MS 214 (Transpantaneira).

A Transpantaneira recebeu vem recebendo várias melhorias em grande parte da sua extensão, o que embora seja excelente para o trânsito dos produtores rurais e dos transportadores de mercadorias, para nós, acabe tirando parte de diversão, pois o que nós, “jipeiros” queremos é que tenha ao menos um pouco de dificuldade em todo o trajeto.

Mas o que conta mesmo, na minha visão, é a curtição de estar naquele ambiente, pois com poeira, chuva ou lama, a diversão é sempre garantida. Nada melhor que estar entre amigos e, no meu caso em particular, na companhia do meu filho mais velho o João Pedro.

E nessa viagem foi mais especial ainda, pois João Pedro completou 16 anos de idade justamente na sexta feira do dia 08 de março, data que foi comemorada no Pantanal.

Pois bem, na sexta feira chegamos na Fazenda Campo Bom.

Que lugar lindo e que recepção os amigos Luis Fernando e Dharyelen nos deram!

Aliás, eu tenho uma predileção pelo Paiaguás. Não sei se é “coisa” minha, mas eu acho que nessa porção do pantanal é possível se observar maior quantidade e variedade de animais do que na região da Nhecolândia.

E nessa viagem foi exatamente assim. Foram muitos os animais que encontramos nessa viagem e em maior quantidade do que temos visto na Nhecolândia, nos últimos anos.

Depois de um belíssimo pernoite na “Campo Bom”, nos despedimos do casal amigo e fomos sentido norte do pantanal, rumo à Vazante do Arrozal, local onde acampei com meu pai em sua última viagem ao pantanal, em setembro de 2017, alguns meses antes do seu falecimento.

Eu precisava voltar lá, não somente por ser um local lindo, mas também por uma questão afetiva.

Assim, depois de algumas horas, chegamos por volta de 13hs na Vazante do Arrozal, onde começamos a montar nosso acampamento.

Ah, quando se fala em acampamento, logo vem na mente das pessoas um sentimento de precariedade, insegurança, muito mosquitos e sobretudo, a falta do mínimo de conforto.

Ao menos no nosso caso, isso nem de longe é verdade...

Nosso acampamento é bem completo, com geladeira, fogão, mesas, cadeiras, gazebos e barracas de teto, que entregam muito conforto e segurança.

Mas independe desse equipamento todo, a experiência de estar no mato (sobretudo no pantanal) supera toda eventual dificuldade, como a chuva, frio, calor e eventualmente os mosquitos. Por incrível que pareça, os mosquitos, geralmente, não são um problema e quando presentes, deixam de incomodar pouco depois do cair da noite escura.

Pois bem, logo ao chegar, montamos nosso acampamento, improvisamos uma churrasqueira com galhos, fizemos o almoço e passamos o resto do dia à toa, aproveitando com os amigos. Até uma chuva repentina e bem volumosa foi motivo de alívio, pois naquele dia o calor estava na casa dos 40 graus.

De noite, nos reunimos ao redor da fogueira e por lá ficamos jogando “conversa fora” até umas 23hs.

Embora a chuva tenha dado uma ligeira aliviada, aquela noite do sábado fora, sem dúvida, ao menos para mim, a noite mais quente que já experimentei nesses últimos 12 anos de acampamentos pelo Pantanal. Por volta de 01:30hs da manhã, tive de descer da barraca para tomar um banho frio, pois não havia nenhuma brisa para aliviar e nem mesmo o ventilador da barraca conseguia aliviar o calor.

No domingo cedo, após organizar o café da manhã e desmontar o acampamento, o grupo partiu para Campo Grande, iniciando assim nosso retorno.

 surpresa ficou para o fato de que parte do trajeto (mesmo diante da enorme seca que o pantanal estava passando em pleno mês de fevereiro) estava com algumas áreas úmidas, nos permitindo ao menos sujar um pouco as “viaturas”.

Estava terminando mais um dos passeios do grupo, para nossa tristeza.

Chegamos por volta de 13hs em Coxim e após um almoço no famoso e tradicional restaurante “Vô Pedro”, terminamos de chegar em Campo Grande por volta das 17hs.

Incrível como a gente, antes mesmo de chegar em casa, já começa a pensar em quando voltaremos ao Pantanal novamente...

Até a próxima, caros leitores!

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