quinta, 19 setembro 2024

há 1 ano

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Espiritualidade 17

Os noticiários da semana alternaram notícias de duas grandes tragédias. De Marrocos vinham imagens de um terremoto violento, que arrasou a cidade e deixou mais de mil mortos.

Os noticiários da semana alternaram notícias de duas grandes tragédias. De Marrocos vinham imagens de um terremoto violento, que arrasou a cidade e deixou mais de mil mortos. Do Sul do Brasil vinham as cenas de uma tempestade seguida de enchentes que fizeram os rios transbordar, arrastando casas inteiras, famílias desalojadas e muita destruição.
 
Esses acontecimentos nos lembram um velho ditado: Deus perdoa sempre, os homens perdoam às vezes, mas a natureza não perdoa nunca. É consenso entre os cientistas e pesquisadores que a terra vive um processo de aquecimento global. Esse fenômeno provoca muitos desastres em todo o mundo, porque muda o regime de chuvas, que aumenta  e descontrola os ecossistemas. São surtos de calor e de frio, enchentes e secas para os quais até agora não se identificou completamente as causas e muitas vezes sem possibilidade de previsão. 
 
Pode-se dizer que é a natureza se manifestando contra todas as agressões e desrespeito que sofre, por causa da ação dos seres humanos. E não é por falta de  aviso que isso acontece. A ciência fornece dados, índices de poluição, desperdício de água, lixo descartado nas margens dos rios, chamando a atenção para os danos que causam ao meio ambiente e à própria vida da humanidade.
 
Toda essa realidade foi o tema da carta do Papa Francisco, Laudato Si’. Inspirado no pensamento e ação de São Francisco, o Papa propõe uma educação e espiritualidade ecológica, para que a nossa casa comum seja preservada. Ele afirma que as soluções técnicas que a ciência oferece não são suficientes para resolver os graves problemas do mundo, se as pessoas não forem coerentes com a própria fé, seja qual for a sua religião. Ele insiste em dizer que é preciso abrir-se à graça de Deus para tornar possível a convivência social, o amor, a justiça e a paz. “A gravidade da crise ecológica obriga-nos a pensar no bem comum” e convém que as religiões se unam num diálogo para salvar a humanidade dessas catástrofes. 
 
“O tema da degradação ambiental põe em questão os comportamentos de cada um de nós”. É preciso criar novos hábitos, criar uma consciência ecológica.  “A espiritualidade cristã propõe uma forma alternativa de entender a qualidade de vida, encorajando um estilo de vida profético e contemplativo, capaz de gerar profunda alegria, sem estar obcecado pelo consumo”.
O tempo atual nos chama a viver uma espiritualidade ecológica.

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