quinta, 19 setembro 2024

28/07/2023 15:35

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Vida e Espiritualidade 9

Um alerta para nossas atitudes nas relações pessoais, sociais e políticas.

 
 
 
Os princípios propostos pelo Papa Francisco*, que mencionamos no último artigo, são um alerta para nossas atitudes nas relações pessoais, sociais e políticas. Aquilo que o Santo Padre propõe para a paz no mundo pode servir para nós em nossas relações familiares, comunitárias e sociais. Vamos exemplificar:
 
1° - O tempo é superior ao espaço. Este princípio nos permite ter paciência, dar tempo para alcançar um objetivo. É preciso respeitar o processo de amadurecimento de planos “sem ansiedade, mas com convicções claras e tenazes”(EG 223). Um exemplo bem caseiro pode ser este: o agricultor semeia, aduba, rega, espera a semente brotar, crescer, amadurecer, até poder colher. É um processo longo, mas ele espera confiante que irá colher a seu tempo, no lugar onde plantou. Uma criança aprende a falar, a caminhar, a ler, tudo a seu tempo. A mãe espera com alegria, não precipita nada, porque sabe que isso vai acontecer mais cedo o mais tarde.
 
2° - A unidade prevalece sobre o conflito. Diante de um conflito, não podemos ignorá-lo, nem ficarmos paralisados, mas sim devemos enfrentá-lo e resolvê-lo. “Desse modo, torna-se possível desenvolver uma comunhão nas diferenças” (EG 228). É preciso ter coragem e respeitar a dignidade do outro. A construção da paz começa em nossa vida interior. “Com corações despedaçados em milhares de fragmentos, será difícil construir uma verdadeira paz social” (EG 229).
 
Às vezes uma pequena desavença se transforma numa ruptura definitiva, quando não se enfrenta um problema, posto para debaixo do tapete sem resolvê-lo. Vão se acumulando coisas que nos afastam, porque não foi considerada a necessidade de preservar a unidade, seja de uma família, seja de uma sociedade ou amizade.
 
3° - A realidade é mais importante do que a ideia. A ideia está a serviço da realidade. “A ideia desligada da realidade dá origem a idealismos e nominalismos ineficazes, não empenham” (EG 232). Isso tem muito a ver com a convicção de que Jesus se fez carne para viver a realidade da pessoa humana. Nós não acreditamos em Jesus Cristo porque ele teve boas ideias, mas porque ele é uma pessoa real, que ressuscitou e nos empenha em fazer o bem.
 
4° - O todo é superior à parte. “Não se deve viver demasiadamente obcecados por questões limitadas e particulares” (EG 235). O bem comum deve ser a perspectiva de nossos atos individuais. As peculiaridades de cada um, seja indivíduo, seja nação, formam a imagem de um mundo diversificado, cheio de cores e matizes, a tão maravilhosa criação de Deus.
A floresta é uma realidade extraordinária e indispensável à vida no mundo, mas o que seria do mundo sem o mar, as praias; sem rios, que fornecem água potável; sem campos para correr e plantar. Deus fez o mundo com tudo o que precisamos para sobreviver, não devemos destruir.
 
Uma das leis da ecologia é pensar globalmente e agir localmente. Assim agimos quando fazemos separação de lixo seco e limpo para a coleta seletiva, quando deixamos um espaço no terreno de nossa casa sem cimento, quando reaproveitamos a água e outros materiais que podem ser reciclados. Todos são pequenos gestos que podem repercutir em benefício do meio ambiente. 
Nossos pequenos passos em direção à paz ajudam a construir um mundo de paz. Saibamos viver a espiritualidade da paz.

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