sexta, 20 setembro 2024

Economia

02/07/2024 11:38

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ANP reduz pesquisa de preços dos combustíveis por corte orçamentário

Atualizado: 02/07/2024 11:40

Redação

A Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) anunciou nesta segunda-feira uma significativa redução em sua pesquisa semanal de preços dos combustíveis, atribuindo o corte ao severo ajuste no orçamento disponível. Essa pesquisa, crucial para monitorar a variação dos preços de gasolina, diesel, etanol, gás natural veicular (GNV) e botijão de gás em todo o país, terá sua cobertura drasticamente diminuída.

De acordo com comunicado oficial, o número de cidades visitadas cairá de 459 para 358, enquanto o número de postos de gasolina monitorados será reduzido de 10.920 para 6.255, representando uma diminuição de 43% na amostragem. A decisão, tomada após um aditivo contratual com a empresa responsável pela coleta dos dados, busca minimizar os impactos negativos decorrentes dos cortes orçamentários, mantendo a cobertura nas capitais e considerando os volumes de vendas de combustíveis para manter a representatividade da pesquisa.

Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP, já havia alertado para a iminência desses cortes em maio, destacando que o orçamento atual da agência representa apenas um terço do que era há uma década, sem ajuste para a inflação. Ele lamentou o efeito devastador dessas medidas nos planos de contratos já assumidos pela agência, enfatizando que a situação financeira atual obrigou a "amputação dos primeiros dedos".

Além da pesquisa de preços, Saboia indicou a possibilidade de cortes no programa de monitoramento da qualidade dos combustíveis, essencial para fiscalizar fraudes e adulterações em bombas de abastecimento. A ANP, que viu uma redução de 7,5% no número de servidores ao longo dos últimos dez anos, enfrenta também desafios para regular o novo mercado de gás, mesmo com pedidos infrutíferos para a abertura de novos concursos.

A medida da ANP gerou reações imediatas entre os trabalhadores das agências reguladoras, que aprovaram uma paralisação para o próximo dia 4 de julho como forma de pressionar o governo por melhores condições de trabalho e maior valorização das agências reguladoras. A categoria busca negociação com o Ministério da Gestão, agendada para 11 de julho, na tentativa de reverter o quadro de sucateamento e desvalorização enfrentado pelas instituições regulatórias.

 

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