O Brasil anunciou a suspensão de um leilão para compra de arroz, marcado para esta terça-feira (21), após o Mercosul elevar em até 30% o preço do cereal. A medida, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi uma resposta à especulação de preços por parte dos países do bloco. A alta no preço do arroz motivou o governo brasileiro a zerar o imposto de importação do grão de fora do Mercosul.
Em entrevista ao g1, Fávaro explicou que a intenção inicial do ministério era adquirir toneladas de arroz dos países vizinhos do Mercosul para aumentar a oferta no mercado interno e conter os preços, especialmente após a tragédia no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional do cereal. No entanto, os preços anunciados pelos países do bloco inviabilizaram a operação.
"Nós demos uma demonstração ao Mercosul de que, se for querer especular, nós buscamos de outro lugar", afirmou o ministro. A decisão de zerar o imposto de importação visa garantir a estabilidade de preços no país.
O leilão, que seria conduzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), teve sua realização suspensa sem uma nova data anunciada. Enquanto isso, o Brasil abre as portas para importações de arroz de outros países, com as taxas de importação zeradas até o final de 2024.
A medida do governo brasileiro tem sido alvo de debates entre produtores nacionais e autoridades. A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz) chegou a solicitar o cancelamento do leilão da Conab, argumentando que o arroz colhido no país garante o abastecimento interno.
O ministro Fávaro reforçou que as medidas não têm como intuito prejudicar os produtores, mas sim garantir o abastecimento e a estabilidade de preços. Planos para ajudar os produtores, como a suspensão do vencimento de parcelas de operações de crédito rural e a distribuição de máquinas e equipamentos, estão sendo implementados em conjunto com as autoridades locais.
