O governo do Chile liberou nesta quarta, dia 17, mais 16 frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina in natura e congelada para o país. Em abril do ano passado, os chilenos já tinham liberado 18 unidades. Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Otávio Cançado, a meta agora é chegar a 42 plantas habilitadas.
O Chile proibiu os embarques de carne brasileira em 2005, quando focos de febre aftosa apareceram no Estado de Mato Grosso do Sul. Antes do embargo, 36 frigoríficos vendiam carne bovina in natura e congelada para o mercado chileno. O volume exportado em 2004 ultrapassou 104 mil toneladas. A partir da notificação por parte dos técnicos do Chile, as exportações apresentaram quedas consecutivas. Em 2005, os embarques caíram quase pela metade, 66,5 mil toneladas. Em 2006, esse número foi para 5,3 mil toneladas. Em 2007 o número aumentou um pouco, para 6,4 mil toneladas. Em 2008 o Brasil registrou um dos piores desempenhos da história, com 2,5 mil toneladas exportadas para o Chile.
A recuperação começou a partir de abril de 2009 (5,3 mil toneladas), quando o governo chileno liberou 19 plantas frigoríficas do Brasil. Agora a Abiec espera primeiramente retomar os níveis pré-aftosa e depois chegar a 42 unidades aptas a exportar carne bovina in natura e congelada para o Chile.
Um dos principais entraves para as exportações de carne bovina do Brasil para o Chile é o alto nível de exigência de padrões e processos pelo preço relativamente baixo que essa atividade remunera.
Segundo informações analisadas pela Scot Consultoria, alguns exportadores brasileiros indicam que a exigência do Chile é semelhante à da União Européia, mas os preços ficam bem abaixo das exportações para o Bloco Europeu.
Entretanto, o aumento do preço médio da carne exportada para o Chile nos últimos meses pode ajudar a estimular esta atividade.Desde que as exportações de carne in natura para o Chile foram retomadas, em abril de 2009, o volume exportado aumenta lentamente, provavelmente pela falta de atratividade na relação preço/exigência de mercado.
Em fevereiro, o Brasil exportou 1.425 toneladas equivalente carcaça (tec) de carne bovina para o Chile, uma recuperação em relação aos meses anteriores, mas ainda longe do potencial (de 100 mil tec ao ano ou cerca de 8.300 tec ao mês) estimado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC). Esse era o volume que o Brasil exportava para o Chile antes do embargo que ocorreu em 2005 com os casos de febre aftosa em território brasileiro.