quinta, 19 setembro 2024

Economia

há 1 dia

A+ A-

Decisão do Copom pode mudar rumo da economia com potencial aumento na Selic

Com a inflação em alta e a seca afetando preços, o Comitê de Política Monetária se prepara para possivelmente elevar a taxa de juros pela 1ª vez em mais de 2 anos.

Nesta quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá para deliberar sobre a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é que o colegiado decida se manterá a taxa em 10,5% ao ano ou se fará um aumento, que não ocorre desde agosto de 2022.

O cenário econômico atual, marcado pela recente valorização do dólar e pelo impacto da seca nos preços de energia e alimentos, trouxe incertezas para a decisão do Copom. A última reunião do Copom havia sinalizado a necessidade de uma abordagem cautelosa diante da inflação crescente e dos gastos públicos elevados.

O boletim Focus, atualizado semanalmente, sugere que a Selic pode ser elevada em 0,25 ponto percentual, alcançando 10,75% até o final de 2024. A inflação atual, que já estava pressionada, subiu para 4,35%, superando o teto da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação, registrou uma deflação de 0,02%, a primeira desde junho de 2023. No entanto, essa redução foi temporária, e os preços de energia devem subir a partir de setembro devido à bandeira tarifária vermelha. A seca prolongada também tem impacto significativo no custo dos alimentos, como admitido recentemente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O Copom é responsável por ajustar a Selic, a principal ferramenta para controlar a inflação. O aumento da taxa pode conter a demanda e a inflação, mas também pode desacelerar a economia ao tornar o crédito mais caro. Por outro lado, manter a Selic ou reduzir pode estimular o crescimento econômico, mas arrisca aumentar a inflação.

O Comitê se reúne a cada 45 dias para revisar a política monetária, avaliando as condições econômicas e as perspectivas globais. A meta de inflação para este ano é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, e as metas para 2025 e 2026 são mantidas em 3%.

O próximo Relatório de Inflação do Banco Central, previsto para o final de setembro, deve fornecer mais informações sobre as tendências econômicas e orientar futuras decisões de política monetária.

Carregando Comentários...

Veja também