A estiagem prolongada que assola Mato Grosso do Sul desde outubro do ano passado resultou em uma drástica redução na produção de milho safrinha deste ano, conforme estimativas divulgadas pela Aprosoja. A expectativa de colheita caiu para 9,28 milhões de toneladas, marcando uma queda de 34,7% em relação ao ano anterior, quando foram produzidos 14,22 milhões de toneladas.
A queda na produção representa um impacto financeiro significativo para os produtores, com uma perda estimada de R$ 3,9 bilhões. A produtividade média por hectare, que no ciclo passado foi de 100 sacas, despencou para 69,7 sacas, refletindo uma redução de quase 31% devido à falta de chuvas.
Além da diminuição da produtividade, a área plantada também foi reduzida de 2,35 milhões de hectares para 2,21 milhões, uma retração de cerca de 6%. A decisão de diminuir a área cultivada foi influenciada pela baixa expectativa de preços, que, embora tenha melhorado recentemente, ainda não compensou as perdas causadas pela estiagem.
O boletim da Aprosoja indica que a situação pode ser ainda mais grave do que o previsto, com alguns produtores optando por não colher áreas inteiras devido ao baixo retorno econômico. A crise de produção tem levado o Estado a importar milho de Mato Grosso para suprir a demanda interna, especialmente após a ativação de novas indústrias de etanol e derivados em Dourados e Maracaju, e a construção de uma terceira em Sidrolândia.
Essas indústrias e o aumento no consumo interno estão gerando uma demanda de cerca de 8 milhões de toneladas de milho para atender à produção de etanol e ração para suínos, aves e bovinos. A estiagem e a subsequente queda na produção de milho em MS estão, portanto, criando um cenário desafiador para o setor agrícola e para a economia regional.
