quinta, 19 setembro 2024

Cidades

20/12/2023 07:42

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Vazamento de prova coloca em xeque seleção de professores temporários

Instituto Avalia no centro das críticas após escândalo de compartilhamento prematuro de questões

Atualizado: 20/12/2023 08:39

Redação

No último domingo, o processo seletivo para professores temporários da Rede Estadual de Ensino (REE) de Mato Grosso do Sul foi abalado por um escândalo de vazamento de fotos do caderno de questões, gerando críticas de candidatos, entidades e até mesmo vereadores em Campo Grande.

Um participante do concurso público, que preferiu não se identificar, relatou que o caderno de questões estava sendo compartilhado no WhatsApp antes mesmo do término da aplicação do exame. O arquivo em formato PDF, contendo as 30 questões em branco e ostentando a logomarca do Instituto Avalia, responsável pela elaboração do exame, circulou em grupos de mensagens instantâneas.

A Secretaria de Estado de Administração (Sad) informou, por meio de nota, que a banca examinadora registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, que agora está encarregada das investigações. O edital do processo seletivo estabelecia que era proibido que os candidatos deixassem o local de aplicação das provas portando o Caderno de Questões, tornando o vazamento ainda mais comprometedor.

O Instituto Avalia, alvo das críticas, enfrenta acusações de ineficiência na segurança e confiabilidade do certame. A Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) repudiou a falha grave, exigindo uma apuração urgente e punição para o autor do vazamento. A entidade também solicita garantias concretas de que o processo seletivo não foi comprometido.

O vereador e professor Juari expressou preocupação durante a última sessão da Câmara Municipal, relatando reclamações de colegas professores que entraram com recursos nas provas aplicadas pela Fapec e pelo Instituto Avalia. O vereador questionou a qualidade do instituto responsável pela avaliação, levantando dúvidas sobre a preparação dos professores aprovados.

O processo seletivo, que visa formar um cadastro de reserva para os anos de 2024 e 2025, abrange salários que variam de R$ 5.712,00 a R$ 6.981,00. Com a realização das quatro etapas, incluindo prova objetiva, avaliação curricular e avaliação presencial de candidatos autodeclarados PcDs, negros ou indígenas, o escândalo ameaça a credibilidade do certame.

A classificação final, originalmente programada para 1º de fevereiro de 2024, agora está envolta em dúvidas. Enquanto a polícia investiga o vazamento, candidatos, entidades e vereadores aguardam respostas concretas e medidas que restaurem a integridade do processo seletivo.

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