Um exame detalhado dos dados sobre o acidente envolvendo o ATR-72-500 da Voepass, que resultou na morte de 62 pessoas em Vinhedo, São Paulo, revelou que a aeronave havia enfrentado problemas estruturais e manutenção irregular. O avião, com prefixo PS-VPB, passou por uma série de paradas para reparos após um incidente crítico em março deste ano.
De acordo com informações obtidas pelo Fantástico, o ATR sofreu um dano estrutural significativo após um contato anormal com a pista em Salvador. Relatórios indicam que o choque com a pista, combinado com falhas no sistema hidráulico, resultou em danos que forçaram a aeronave a permanecer fora de operação por quatro meses.
Após reparos, o avião voltou a voar em julho, mas enfrentou um problema de despressurização no mesmo dia, o que levou a novos ajustes. A aeronave foi finalmente reintegrada à operação em 13 de julho, apenas para enfrentar o acidente fatal no início de agosto.
Especialistas e ex-funcionários da Voepass levantam preocupações sobre a segurança da aeronave. O ex-piloto Ruy Guardiola questiona as medidas de manutenção adotadas, enquanto um ex-comissário da empresa critica a priorização de lucro sobre segurança. Há também a hipótese de acúmulo de gelo nas asas, com base nas condições meteorológicas e falhas conhecidas em sistemas antigelo.
A jornalista Daniela Arbex, que voou na aeronave um dia antes do acidente, relatou problemas com o ar-condicionado, gerando mais dúvidas sobre a manutenção da aeronave.
A Voepass afirmou que a aeronave estava "aeronavegável" e cumpria todas as regulamentações, mas não forneceu detalhes sobre a manutenção específica. A empresa está colaborando com as investigações e oferecendo apoio às famílias das vítimas.
A investigação continua, e novas informações poderão esclarecer se os problemas estruturais e a possível formação de gelo foram fatores contribuintes para a tragédia. (Com inf do G1)