Mato Grosso do Sul enfrenta um dos invernos mais rigorosos dos últimos anos, com temperaturas extremamente baixas registradas na madrugada deste sábado (10). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Rio Brilhante registrou a mínima de 0,1 grau, a mais baixa do ano, e geadas atingiram diversas regiões do Estado, trazendo preocupações para o setor agrícola e pecuário.
O meteorologista Natálio Abrahão confirmou que geadas ocorreram em toda a região sul e até na parte central do Estado, afetando municípios como Campo Grande e São Gabriel do Oeste. A forte onda de frio, que já era prevista pelos institutos de meteorologia, surpreendeu pela intensidade, com temperaturas abaixo das esperadas. Em Itaporã e Amambai, as mínimas foram de 1,6 e 1,7 grau, respectivamente, enquanto em Ponta Porã e Sete Quedas os termômetros marcaram 2,5 e 2,8 graus, o suficiente para que o orvalho congelasse.
Além do impacto nas lavouras de cana-de-açúcar, especialmente no sul do Estado, onde os produtores estão preocupados com possíveis perdas na produtividade, há também relatos de morte de bovinos devido ao frio extremo. A situação é crítica para a agropecuária sul-mato-grossense, que já vinha enfrentando desafios climáticos ao longo do ano.
A frente fria, que chegou ao Estado na quinta-feira, trouxe também alívio para o Pantanal, uma região devastada por incêndios florestais desde o início de junho. Em Corumbá, foram registrados 44 milímetros de chuva entre quinta e sexta-feira, extinguindo todos os focos de incêndio ativos. Esse volume de chuva superou a média histórica de agosto para a região, que é de 25,4 milímetros.
No entanto, a preocupação dos produtores de cana ainda persiste. Os institutos de meteorologia alertam para a possibilidade de mais geadas nas madrugadas de domingo e segunda-feira, o que pode agravar ainda mais os danos às lavouras e à pecuária.
A onda de frio também se estendeu ao norte do Estado e ao Pantanal. Em Coxim, os termômetros marcaram 5,9 graus, enquanto em Miranda e Corumbá foram registradas mínimas de 4,2 e 8,4 graus, respectivamente.
O cenário é de alerta para os produtores rurais, que aguardam com apreensão as próximas previsões meteorológicas, esperando que o frio não cause mais estragos à economia agrícola do Estado.
