Seis meses após o início da guerra em Gaza, os objetivos declarados não foram alcançados e a perspectiva de um cessar-fogo parece ainda distante. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que repetidamente prometeu uma vitória total sobre o Hamas, agora enfrenta críticas crescentes dentro e fora do país devido ao prolongamento da operação militar.
A campanha militar israelense, lançada em resposta ao massacre de civis e ao sequestro de centenas de pessoas, revelou-se catastrófica. Apesar dos esforços, o Hamas permanece ativo e não foi derrotado. Metade dos reféns permanece em Gaza, com sua libertação deixando de ser uma prioridade para o governo.
Netanyahu parece adiar o fim da guerra, buscando constantemente pretextos para continuar as operações militares. Enquanto isso, o número de vítimas palestinas continua a crescer, com estimativas do Hamas apontando para pelo menos 32 mil mortos e o enclave transformado em uma paisagem de destruição.
A situação humanitária em Gaza também é crítica, com relatos de escassez de alimentos e dificuldades no acesso a suprimentos básicos para a população. Ataques israelenses a trabalhadores humanitários e organizações de ajuda aumentaram ainda mais o sofrimento dos civis.
Internamente, Netanyahu enfrenta revoltas e protestos, com muitos israelenses pedindo sua saída do cargo e a convocação de eleições antecipadas. A guerra não foi acompanhada de um plano claro para o pós-conflito, e as tensões entre colonos israelenses e palestinos na Cisjordânia se intensificaram.
Além disso, as relações entre Israel e seu aliado tradicional, os Estados Unidos, estão no seu ponto mais baixo, com desafios constantes de Netanyahu ao presidente Joe Biden. O apoio dos EUA a Israel agora está condicionado à proteção dos civis em Gaza, mas o fornecimento de ajuda militar continua.
