O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reavaliou e decidiu suspender a ordem de soltura de Antonio Joaquim da Mota, conhecido como Tonho, um dos principais narcotraficantes da fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai. A decisão foi tomada após o Ministério Público Federal (MPF) apresentar um agravo regimental, argumentando que havia risco de fuga do acusado.
No dia 15 de agosto, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca havia concedido um habeas corpus favorável à defesa de Tonho, alegando que a defesa não havia sido devidamente intimada para apresentar contrarrazões ao recurso do MPF. No entanto, o MPF contestou essa decisão, destacando a gravidade dos crimes atribuídos ao traficante e a necessidade urgente de manutenção da prisão preventiva.
A decisão mais recente, proferida pelo mesmo ministro, suspendeu a ordem de liberdade concedida anteriormente. A suspensão reflete a preocupação do MPF com a possibilidade de Tonho evadir-se do país, dada a robustez das provas e o histórico criminal significativo do acusado.
Antonio Joaquim da Mota foi preso em 20 de fevereiro deste ano durante uma operação da Polícia Federal em Ponta Porã. Considerado um dos líderes de uma organização criminosa internacional de tráfico de drogas, ele foi transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande. Investigações indicam que ele possui vínculos com grupos criminosos e utiliza propriedades em ambos os países para facilitar o tráfico de cocaína.
O clã Mota, liderado por Tonho, tem um histórico de envolvimento com o tráfico desde os anos 1960. Seu pai, Joaquim Francisco da Mota, iniciou as atividades ilícitas na região, e o filho, Antonio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como Motinha, também é procurado pelas autoridades.
Além de Tonho, outras figuras da família Mota, como a esposa Cezy Mota e a filha Cecyzinha Mota, estão sendo investigadas por lavagem de dinheiro. Em uma operação anterior, foram encontrados armamentos na residência da família, levando à prisão temporária de Tonho e Cezy.
