O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, emitiu um comunicado nesta terça-feira (11) expressando preocupação com os planos dos Estados Unidos de fornecer bombas de fragmentação à Ucrânia. Shoigu afirmou que a Rússia pode ser forçada a "responder de maneira recíproca" caso essa medida seja concretizada. A declaração surge em meio às tensões crescentes entre os dois países.
Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, também se pronunciou sobre o assunto, afirmando que militares ucranianos já estariam utilizando munições cluster fornecidas pelos Estados Unidos. Medvedev ressaltou a necessidade de desarmar essas armas, classificando-as como "desumanas". A cidade de Tokmak, localizada na região sul de Zaporizhzhia, foi citada como um exemplo de um suposto bombardeio com munições cluster.
Os Estados Unidos confirmaram o envio das bombas de fragmentação à Ucrânia como parte de um pacote de assistência militar. Essa decisão foi tomada após meses de debates na administração do presidente Joe Biden. No entanto, a medida tem sido objeto de críticas por parte da comunidade internacional devido aos riscos humanitários e ambientais associados a esse tipo de munição, que é proibido em mais de 100 países.
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, respondeu às preocupações russas, destacando que a Rússia tem usado armas semelhantes desde o início do conflito na Ucrânia. Segundo Sullivan, o pedido da Ucrânia para receber essas munições visa fortalecer sua defesa territorial, e eles se comprometeram a utilizá-las com responsabilidade.
As bombas de fragmentação são conhecidas por espalharem explosivos por uma ampla área, podendo permanecer ativas por décadas e transformando as regiões afetadas em campos minados. Países aliados aos Estados Unidos manifestaram preocupação com a decisão de fornecer esse tipo de armamento, citando a Convenção de 2008 que proíbe sua fabricação e uso. Um total de 123 nações se comprometeram a não produzir nem utilizar essas munições.
A situação atual aumenta a tensão entre a Rússia e a Ucrânia, com a preocupação de que um uso indiscriminado de bombas de fragmentação possa agravar ainda mais o conflito e ter sérias repercussões humanitárias e ambientais na região. O cenário exige uma atenção cuidadosa e uma abordagem diplomática para evitar uma escalada maior.