sábado, 21 setembro 2024

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Venezuela em crise após eleições: Protestos e repressão marcam período pós-eleitoral

Atualizado: há 1 mês

Redação

A Venezuela enfrenta um momento de alta tensão após as controversas eleições presidenciais realizadas no último domingo. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro como vencedor, mas a oposição rejeitou os resultados, alegando fraude. Segundo os opositores, Edmundo González teria vencido com mais de 70% dos votos.

Desde o anúncio oficial, o país tem sido palco de intensas manifestações. Os protestos, que começaram pacificamente, rapidamente degeneraram em confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. Até o momento, pelo menos 11 pessoas perderam a vida e cerca de 750 foram detidas.

Entre os detidos estão figuras proeminentes da oposição, como Freddy Superlano, líder do partido Vontade Popular, Rafael Sivira, coordenador juvenil do partido Causa R, e José Ramón Díaz, ex-presidente da Câmara Municipal de Marcano.

A repressão violenta das autoridades tem gerado preocupação entre a comunidade internacional e os residentes estrangeiros na Venezuela. A comunidade portuguesa, por exemplo, está apreensiva com a situação. Ermelinda Olim, uma portuguesa de 62 anos residente no país, expressou seu receio de perder acesso a medicamentos essenciais. "Se pudesse, compraria medicamentos para três ou quatro meses, mas não tenho dinheiro suficiente. Às vezes, tenho que priorizar e ir duas vezes ao mês à farmácia", desabafou.

O governo português também manifestou sua preocupação. O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, informou que até o momento não há relatos de portugueses em situação de risco.

Repercussão Internacional

A situação venezuelana atraiu a atenção de vários países e organizações internacionais. A União Europeia (UE) declarou que não reconhecerá Nicolás Maduro como presidente até que os resultados sejam verificados de forma independente. Josep Borrell, Alto Representante da UE para a Política Externa, enfatizou a necessidade de uma auditoria transparente dos resultados eleitorais.

O Peru reconheceu Edmundo González como presidente eleito, acusando o governo de Maduro de fraude. Em resposta, Caracas rompeu relações diplomáticas com Lima e ordenou a retirada de pessoal diplomático de outros países, como Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.

Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), acusou o regime de Maduro de manipulação eleitoral e repressão, desafiando o governo a aceitar uma auditoria independente.

Apoio ao Governo Maduro

Enquanto a oposição e alguns países contestam os resultados, nações como Rússia, Irã e China congratularam Nicolás Maduro pela reeleição. O CNE anunciou que Maduro obteve pouco mais de 51% dos votos, enquanto Edmundo González ficou com 44%. No entanto, a oposição afirma que os dados acessados indicam que González teria recebido mais de 70% dos votos.

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