Cidades

Mesmo com autorização revogada por juiz, carne apreendida é doada

A empresa apresentou uma nota fiscal que comprovava sua titularidade sobre o produto e argumentou que a perda da carga representaria um prejuízo de R$ 271 mil.

10 OUT 2023 • POR Redação • 20h14
Divulgação

A operação conjunta das Polícias Civil e Rodoviária Federal que resultou na prisão de seis indivíduos associados a uma organização criminosa de tráfico de drogas e envolveu um carregamento de carne teve um desfecho surpreendente, indo de encontro às decisões legais. O juiz F.V. de Andrade Neto, após a apreensão, no dia seguinte, emitiu uma decisão permitindo a doação da carne. Ele embasou sua escolha em uma perícia que atestou que a carne estava própria para consumo humano e destacou a importância de entidades públicas e filantrópicas como prioritárias para receber a carga doada.

Na investigação, foi apontado apenas o motorista do veículo como o culpado, não havendo envolvimento do proprietário da carga ou da transportadora na ação ilícita de traficantes. Isso levou a empresa R.K.O Alimentos, sediada em Campo Grande, a agir imediatamente, entrando com um pedido na Justiça para reivindicar a carga. A empresa apresentou uma nota fiscal que comprovava sua titularidade sobre o produto e argumentou que a perda da carga representaria um prejuízo de R$ 271 mil.

Nesta terça-feira (10), às 15h20, enquanto a doação da carne acontecia, uma segunda ação revogava a autorização para doação da carne, nomeando a RKO Alimentos Ltda como depositária fiel da carga. O proprietário da carga,  afirma ter ficado no prejuízo, pois mesmo com a revogacao judicial, a decisão da doação continuou.

O delegado Hoffman D’Ávilla, em entrevista concedida ao jornal MidiaMax, teria dito que até às 16h, ele estava amparado pela decisão judicial que autorizou a doação. No entanto, com a decisão judicial posterior, a distribuição foi interrompida, e o que restou de carne no caminhão passará por perícia. Ele não soube dizer a quantidade que restou no caminhão. "Agora vou chamar a perícia e cumprir a decisão judicial", concluiu

Segundo imagens e vídeos que foram enviados a edição deste jornal , a doação da carne apreendida ocorreu de forma precária, gerando um verdadeiro tumultuo pelos que se beneficiavam pela doação. A empresa RKO alimentos, proprietária da carne e que não fora envolvida no episódio,ficou com o prejuízo, já que sua decisao judicial restou inócua.