Açougue em Campo Grande é alvo de Operação por condições precárias

Muçarela contrabandeada e condições insalubres de armazenamento levaram a prisão do gerente e apreensão de três toneladas de alimentos.

Na manhã desta terça-feira (14), a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon) desencadeou uma operação surpresa resultando na prisão do gerente de um açougue localizado no bairro Guanandi, em Campo Grande. A ação revelou um cenário de irregularidades, com a apreensão de aproximadamente 3 toneladas de alimentos, incluindo muçarela.

O delegado Reginaldo Salomão, à frente da operação, destacou que as condições de armazenamento dos alimentos eram inadequadas. Carne congelada e descongelada repetidamente, além da presença de sangue e sujeira na câmara fria, apontam para sérios problemas de higiene e segurança alimentar no estabelecimento.

A situação da muçarela apreendida complicou ainda mais o caso. Conforme explicou o delegado Salomão, o produto não contava com a devida autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado. Além disso, o açougue vendia a muçarela a preços significativamente abaixo do padrão de mercado, levantando suspeitas sobre a legalidade do produto.

A denúncia que levou à operação foi feita por consumidores que se alarmaram com as condições do estabelecimento. O advogado do açougue, por sua vez, defendeu a venda da muçarela, argumentando que o produto poderia ser adquirido pelo consumidor final para consumo próprio.

Este episódio não é um caso isolado na região. Em setembro, uma situação semelhante ocorreu em um mercado na Avenida Presidente Vargas, onde a dona, uma mulher de 63 anos, foi presa por comercializar carne em estado de decomposição. O transporte da carne deteriorada exigiu até mesmo a utilização de um caminhão.

A ação conjunta da Decon, fiscais da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e a perícia da Polícia Civil foi crucial para evidenciar as más práticas no açougue. As condições insalubres, a presença de moscas e o armazenamento inadequado das carnes reforçam a necessidade de uma fiscalização rigorosa para garantir a segurança alimentar da população.