Economia

Negociações avançam para manter concessão da Malha Oeste em Mato Grosso do Sul

26 DEZ 2023 • POR Redação • 10h35
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O futuro da concessão da ferrovia Malha Oeste, que corta o estado de Mato Grosso do Sul de leste a oeste, parece caminhar para uma reviravolta promissora. Após a solicitação da Rumo, atual concessionária, para deixar a gestão da ferrovia em julho de 2020, uma repactuação está sendo discutida entre representantes do Ministério dos Transportes, da Rumo e do governo estadual.

Mesmo com a petição inicial da Rumo para devolver a concessão, a dinâmica do cenário mudou consideravelmente desde então, com a perspectiva de aumento na demanda para a ferrovia. Reuniões informais têm ocorrido para debater uma proposta que envolve, entre outros aspectos, a possibilidade de multas convertidas em serviços, inspirada no modelo adotado entre a CCR MSVia e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em relação à BR-163.

No centro das discussões está o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que recentemente se encontrou com membros do Ministério dos Transportes e representantes da Rumo. Riedel expressou otimismo quanto à transformação da malha ferroviária do estado, sem fornecer detalhes específicos devido aos interesses envolvidos.

A proposta preliminar menciona a reforma prioritária dos trechos responsáveis pelo escoamento da produção de celulose, desde a costa leste do estado até a capital, Campo Grande. Além disso, discute-se a possibilidade de alteração na bitola da ferrovia, que atualmente possui 1 metro, comparada à bitola larga de 1,6 metro de outras ferrovias, como a Malha Norte, conectando Mato Grosso a São Paulo.

Para conduzir as negociações de forma mais estruturada, o Ministério dos Transportes instituiu um Grupo de Trabalho (GT) em 6 de dezembro, com o objetivo de apresentar uma proposta de solução consensual. Com prazo inicial de 90 dias, o GT será composto pela ANTT e pela Infra S.A., sob a presidência do Ministério dos Transportes.

A Malha Oeste, com seus 1.973 quilômetros de extensão entre Corumbá (MS) e Mairinque (SP), é uma peça vital na infraestrutura de transporte, com cerca de 800 quilômetros situados em solo sul-mato-grossense.