Rural

Exportações de milho brasileiro projetam queda de 11% em 2023/24

O volume projetado é de 49,8 milhões de toneladas, comparado às 56,1 milhões de toneladas exportadas na safra anterior (2022/23).

4 FEV 2024 • POR Redação • 10h16
Foto: Claudio Neves

Em um cenário marcado por desafios na produção agrícola, a consultoria Céleres estima que as exportações de milho no Brasil deverão enfrentar uma redução significativa de aproximadamente 11% no ciclo 2023/24. O volume projetado é de 49,8 milhões de toneladas, comparado às 56,1 milhões de toneladas exportadas na safra anterior (2022/23).

A principal razão por trás dessa diminuição está centrada em uma queda expressiva na produção, com estimativas de 1,5 milhão de toneladas a menos na safra de verão e uma redução de 9 milhões de toneladas na safra de inverno. Ao considerar os três ciclos, a expectativa é de uma produção total de 119,5 milhões de toneladas para o ciclo atual, contrastando com as 130 milhões de toneladas registradas na safra anterior.

A área plantada também deverá ser afetada, sendo prevista a menor extensão desde 2017/18, principalmente devido às margens mais estreitas para o cereal. Antecipa-se uma redução de 700 mil hectares em relação ao ciclo anterior, com destaque para 500 mil hectares a menos no plantio da segunda safra.

A Céleres destaca que, embora os preços devam acompanhar a tendência de queda nas cotações internacionais do grão, contratos internacionais de milho praticados em setembro de 2023 e futuros referentes a setembro de 2024 apresentam um aumento de 2%. Isso indica que o preço médio de exportação do milho em 2024 deverá se manter entre US$ 220 e US$ 240 por tonelada, ligeiramente abaixo do praticado no ano anterior.

Apesar dos desafios, as exportações de milho continuam sendo expressivas, sugerindo que o Brasil poderá manter sua posição como um dos principais fornecedores globais do grão. Paralelamente, a Céleres projeta uma geração relevante de divisas com o milho, estimando um montante de US$ 11 bilhões, embora inferior aos recordes de US$ 14 bilhões alcançados na temporada anterior.

Um ponto de destaque é o papel crucial desempenhado pela China, que emergiu como o maior comprador do milho brasileiro, superando parceiros tradicionais como Japão e Irã. O relatório ressalta que, até 2021, a China importava pouco ou nada de milho, mas em 2023 adquiriu 30% de todo milho exportado pelo Brasil, consolidando-se como origem de três quartos do cereal importado pelo país asiático.

Em meio a essas oscilações no mercado de milho, o setor agrícola brasileiro enfrenta o desafio de adaptar-se a condições variáveis, buscando soluções para manter a competitividade e a sustentabilidade da produção.