Campo Grande altera critérios de testagem para COVID-19 devido à escassez de testes rápidos

A medida foi tomada em resposta ao desabastecimento de testes rápidos nas unidades de saúde da capital

A capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, adotou uma nova abordagem para o diagnóstico da COVID-19, conforme anunciado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). A partir de agora, os testes para a doença serão reservados apenas para pacientes com sintomas graves, enquanto os casos de sintomas gripais serão diagnosticados clinicamente.

Essa medida foi tomada em resposta ao desabastecimento de testes rápidos nas unidades de saúde, uma questão que já havia sido alertada pela SES desde novembro de 2023. Diante dessa limitação, a Secretaria de Saúde da capital sul-mato-grossense implementou um novo protocolo para o diagnóstico da doença.

Segundo a secretária municipal de saúde de Campo Grande, Rosana Leite, qualquer paciente com sintomas leves de síndrome gripal, como dor de garganta ou febre, será avaliado por um médico. Se o médico não estabelecer um diagnóstico clínico epidemiológico, um teste será solicitado. No entanto, com o esgotamento dos testes rápidos, os casos mais graves serão submetidos ao teste RT-PCR, conhecido como o padrão ouro, que leva de 3 a 5 dias para fornecer resultados e é capaz de identificar novas variantes do vírus.

A mudança na política de testagem levanta preocupações entre alguns especialistas, que apontam para a importância do teste positivo para fins de notificação e controle da doença. Para o médico infectologista Rodrigo Nascimento, essa alteração pode comprometer o controle da COVID-19.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) esclarece que, se um paciente receber um diagnóstico clínico positivo para COVID-19, será emitido um atestado de 7 dias de isolamento, mesmo período indicado para aqueles que fazem o teste. Após esse período, o paciente poderá retomar suas atividades normalmente.

Enquanto isso, o Ministério da Saúde informa que os testes rápidos estão em processo final de compra, com entrega prevista para março, e que há testes moleculares disponíveis em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS). A orientação é para a realização de testes e apoio ao diagnóstico, especialmente em um momento em que podem ocorrer circulação simultânea de outros vírus e novas variantes do SARS-CoV-2.