Polícia

Milhões em conta do ex-presidente Jair Bolsonaro se tornam alvo de novas investigações

17 FEV 2024 • POR Redação • 10h51
Reprodução

Uma nova reviravolta nas investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro foi desencadeada após a Polícia Federal, com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, vasculhar sua conta bancária. A descoberta de que parte dos aproximadamente R$ 17 milhões recebidos por Bolsonaro de apoiadores via Pix no ano anterior já deixou suas contas, levou a um desdobramento crucial nas investigações.

Durante o mapeamento das transações dos últimos meses, os investigadores observaram que uma parcela significativa desses fundos foi parar nas contas de advogados do ex-presidente. Essas transferências levantaram suspeitas, uma vez que teoricamente esses advogados estariam sendo pagos pelo Partido Liberal (PL) - não havia justificativa, portanto, para Bolsonaro efetuar pagamentos a eles em sua pessoa física.

Essa nova linha de investigação amplia ainda mais o escrutínio sobre Bolsonaro, já que, conforme tem sido comum em casos envolvendo o ex-presidente, cada nova descoberta suscita novas suspeitas e necessidades de apuração.

As transações que envolvem os milhões arrecadados por Bolsonaro de seus apoiadores estão sendo minuciosamente examinadas, com o objetivo de rastrear o destino final do dinheiro. Uma das possibilidades investigadas é a de que esses valores tenham sido transferidos para terceiros e, posteriormente, retornaram de outras maneiras para membros da família Bolsonaro.

Caso essas hipóteses se confirmem nas próximas etapas da investigação, o ex-presidente pode enfrentar sérias acusações, incluindo a de lavagem de dinheiro.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), enviado à CPI do 8 de Janeiro, revelou que, entre janeiro e julho de 2023, Jair Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões em transferências via Pix. Essa fortuna inicialmente foi aplicada em fundos de renda fixa, mas parte dela saiu posteriormente da conta que Bolsonaro mantinha no Banco do Brasil desde junho de 2020. Essa mesma conta era gerenciada pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Cid, na época ajudante de ordens do então presidente.

Essas doações em massa surgiram após aliados, incluindo ex-membros do governo, divulgarem online uma vaquinha destinada a pagar multas aplicadas a Jair Bolsonaro pela Justiça.