Economia

Haddad reconhece divergências no G20 e propõe debate sobre imposto de bilionários

1 MAR 2024 • POR Redação • 06h00
Governo Federal

No segundo dia da reunião financeira das 20 maiores economias do mundo, o ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, reconheceu a falta de consenso entre os países do G20 em relação à taxação de bilionários. Diante desse cenário, Haddad defendeu a importância de iniciar discussões sobre o tema, buscando abrir caminho para futuras deliberações embasadas em evidências.

Para avançar nessa pauta, o Brasil convidou o economista Gabriel Zucman, defensor da tributação dos super ricos, para uma apresentação na reunião. O objetivo é sensibilizar os ministros e presidentes de banco central sobre a necessidade de se abordar a questão da taxação dos bilionários.

No entanto, a divergência de opiniões sobre o assunto impossibilitou uma convergência durante a reunião atual. Diante disso, Haddad anunciou a intenção do Brasil de construir uma declaração do G20 sobre tributação internacional até a próxima reunião ministerial em julho. Essa declaração será elaborada em conjunto com todos os membros, visando um documento equilibrado e ambicioso que reflita as aspirações legítimas dos países participantes.

Haddad enfatizou a importância de se combater as brechas no sistema tributário que permitem que um pequeno número de bilionários evite pagar sua justa contribuição. Ele citou o relatório do Observatório de Impostos da União Europeia, que revela que bilionários pagam uma alíquota efetiva de impostos extremamente baixa, entre 0% e 0,5% de sua riqueza. O ministro brasileiro questionou como os ministros da Fazenda do G20 permitem que essa situação persista e destacou a capacidade do grupo em promover uma mudança nesse cenário.

Haddad também ressaltou a importância de abordar a tributação internacional das grandes empresas de tecnologia e corporações, afirmando que não há contradição entre essas agendas e a tributação dos super ricos.