Moradores buscam justiça contra JBS devido à poluição ambiental em Campo Grande

Mais de 70 pedidos de indenização estão sendo encaminhados à Justiça contra o frigorífico JBS/SA

A indignação dos moradores do Nova Campo Grande e áreas próximas atingiu seu ápice, com mais de 70 pedidos de indenização sendo encaminhados à Justiça contra o frigorífico JBS/SA, situado na Avenida Duque de Caxias, devido à poluição que assola a região de Imbirussu. Esse número crescente de ações legais reflete a insatisfação crescente dos habitantes, que se viram obrigados a buscar reparação pelos danos causados pela empresa.

Em um intervalo curto de apenas três dias, entre 28 de fevereiro e 1º de março, foram registrados 20 processos contra a planta frigorífica. Essa tendência de aumento rápido nos pedidos de indenização continuou, totalizando 70 processos até o último levantamento, feito na última segunda-feira (18), em um período de 19 dias. E há indicações de que esse número possa chegar a 200 processos. Diante disso, os moradores estão buscando compensações por danos morais ambientais e materiais, além de indenizações pela desvalorização de seus imóveis. Os valores requeridos variam, dependendo do número de pessoas envolvidas em cada processo, oscilando entre R$ 25 mil e R$ 150 mil.

O cenário de insatisfação não se limita apenas aos tribunais, mas também se manifesta nas ruas, com protestos dos moradores e discussões acaloradas na Câmara de Vereadores de Campo Grande. O problema do mau cheiro tornou-se recorrente, afetando o sono dos residentes e gerando desconforto generalizado.

Essa não é a primeira vez que a empresa enfrenta problemas ambientais na região, com uma longa história de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. A JBS/SA não escapou das sanções legais, tendo sido multada em R$ 100 mil pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) no mês anterior por irregularidades no descarte de resíduos.

Apesar das multas e compromissos assumidos, a situação persiste, afetando não apenas os moradores, mas também o comércio local. Uma vistoria adicional está prevista para investigar o odor gerado pela unidade frigorífica. Além das questões relacionadas ao frigorífico, a unidade de curtume da JBS/SA também está sob escrutínio, com um novo TAC em vigor para reduzir danos ambientais. A empresa foi obrigada a fazer uma doação de R$ 70 mil para o Fundo Municipal de Meio Ambiente devido a violações das condições da licença de operação.

Em nota publicada ao (Jornal Midia Max) , a resposta às preocupações dos moradores, a JBS afirmou operar em conformidade com a legislação ambiental e se colocou à disposição para dialogar com a comunidade.