Política

Opinião pública divide-se sobre intenção golpista de Bolsonaro, indica levantamento Datafolha

Pesquisa revela que 55% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente tentou permanecer no poder após derrota nas eleições de 2022, enquanto 39% discordam

31 MAR 2024 • POR Redação • 10h04
Reprodução

Segundo os resultados de uma pesquisa recente conduzida pelo Datafolha, a maioria dos brasileiros, representando 55%, acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou dar um golpe para permanecer no poder após sua derrota para Lula nas eleições de outubro de 2022. Em contrapartida, 39% dos entrevistados discordam dessa interpretação.

A investigação da Polícia Federal, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, tem revelado detalhes sobre uma alegada trama golpista, que incluiu reuniões nos palácios do Planalto e da Alvorada, além da elaboração de um documento com diretrizes para a suposta intentona. Essas revelações têm sido impulsionadas pela delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

Enquanto alguns especialistas em direito estão divididos sobre a tipificação da conduta de Bolsonaro, muitos destacam sua postura abertamente golpista ao longo de sua carreira política, especialmente em sua campanha contra o sistema eleitoral brasileiro.

A pesquisa do Datafolha, realizada com 2.002 entrevistados em 147 cidades brasileiras nos dias 19 e 20 de março, apontou que 7% não souberam se posicionar sobre o tema. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Os eleitores de Bolsonaro no segundo turno de 2022 e aqueles alinhados politicamente com ele mostraram resistência à ideia de que o ex-presidente tentou um golpe. Apenas 19% desses eleitores acreditam nessa interpretação, enquanto 73% rejeitam essa tese.

Por outro lado, 87% dos eleitores de Lula e 86% dos que se identificam como petistas acreditam na intenção golpista de Bolsonaro. Entre os neutros no espectro político do Datafolha, 48% tendem a acreditar mais na tentativa de golpe de Bolsonaro do que o contrário (39%).

Em segmentos mais amplos da população, como os mais ricos e os mais instruídos, há uma tendência de não acreditar que Bolsonaro buscou uma ruptura institucional. Por exemplo, 53% dos mais ricos e 48% dos mais instruídos não acreditam nessa possibilidade. O mesmo percentual foi observado entre os evangélicos, frequentemente associados ao bolsonarismo. (com inf da Folha Press)