Economia

Alteração no arcabouço fiscal brasileiro abre caminho para gastos adicionais em 2025

11 ABR 2024 • POR Redação • 12h06
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Uma mudança crucial no arcabouço fiscal brasileiro está prestes a facilitar o caminho para gastos extras no próximo ano. A revisão do artigo 14 da Lei Complementar 200 permite ao presidente Lula da Silva a inclusão de créditos adicionais no limite de despesas para 2025, mesmo se a arrecadação em 2024 ficar aquém das expectativas.

O atual texto da lei estabelece que se a arrecadação real em 2024 for menor do que o estimado no segundo bimestre, o valor correspondente ao crédito adicional deve ser descontado da base de cálculo do limite de despesas de 2025. No entanto, uma nova redação proposta, que desmembra esse dispositivo em um "parágrafo único", possibilita ao presidente vetar essa penalidade.

Essa medida técnica, aparentemente pequena, tem implicações significativas. Além de garantir que o espaço orçamentário adicional permaneça disponível para 2025, ela permite que esse montante seja corrigido de acordo com a regra fiscal, considerando a reposição da inflação mais alta real, de até 2,5%.

Essa manobra é crucial para o governo, que busca financiar reestruturações e outras despesas obrigatórias. No entanto, a inclusão da penalidade originalmente proposta poderia prejudicar esses planos, dificultando negociações e minando a capacidade de gasto do governo no próximo ano.

A discussão sobre essa medida reflete as complexas relações entre Executivo e Legislativo, com diferentes atores políticos defendendo interesses divergentes. Enquanto alguns buscam garantir a estabilidade fiscal, outros pressionam por mais flexibilidade no orçamento, especialmente em momentos de crise.

Além disso, a antecipação desse crédito adicional pode desempenhar um papel crucial na resolução de impasses políticos, como a liberação de emendas parlamentares vetadas e o bloqueio de despesas anunciado anteriormente.

No entanto, essa estratégia também levanta preocupações sobre o cenário fiscal futuro, com a possibilidade de um déficit zero se tornar o objetivo para 2025.