Meio Ambiente

Governo de MS age para mitigar os impactos da seca na bacia do Paraguai

A Região Hidrográfica Paraguai abrange uma vasta área de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, incluindo a maior parte do Pantanal, a maior área úmida contínua do planeta. 

15 MAI 2024 • POR Redação • 08h39
Portal GovMS

O Estado de Mato Grosso do Sul está se mobilizando para enfrentar os desafios impostos pela severa seca na região da bacia hidrográfica do Paraguai, cujo principal curso d'água é o rio Paraguai. Em uma reunião recente com a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), foi acordado que uma resolução federal em breve declarará Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos na Região Hidrográfica do Paraguai, com validade até 31 de outubro, podendo ser estendida.

Essa declaração acarreta uma série de medidas especiais para o uso da água nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A ANA baseia essa decisão no cenário observado na região, respaldada por análises de instituições como o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e o SGB (Serviço Geológico do Brasil).

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, ressaltou a preocupação do governo estadual diante da situação. Ele salientou que a ausência de cheias no Pantanal neste ano é um reflexo das chuvas abaixo da média histórica desde o ano passado.

Uma Sala de Crise foi estabelecida pela ANA para monitorar a situação da bacia do rio Paraguai, envolvendo diversos órgãos públicos e instituições, incluindo o Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) e o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

No encontro realizado em 7 de maio, a Sala de Crise indicou à ANA a necessidade de declarar escassez hídrica após avaliar os dados hidrológicos da região. O nível do rio Paraguai em abril deste ano atingiu o valor mais baixo já registrado em algumas estações de monitoramento ao longo de seu curso principal.

Essa situação desfavorável pode acarretar impactos nos usos da água, especialmente no abastecimento urbano, navegação, aproveitamento hidrelétrico e atividades de pesca, turismo e lazer.

Embora as captações outorgadas representem menos de 30% da vazão de referência, a redução dos níveis dos rios pode afetar as estruturas de captação, exigindo a instalação de equipamentos adicionais. O superintendente da ANA, Patrick Tadeu Thomas, mencionou que as concessionárias poderiam criar taxas extras para cobrir esses custos adicionais.

Diante desse cenário, estratégias serão adotadas para ajustar operações em reservatórios e melhorar o uso da água em setores como agricultura e indústria, visando garantir a sustentabilidade hídrica da bacia.

Na próxima semana, o governador Eduardo Riedel reunirá representantes de todas as secretarias para definir ações de segurança hídrica, saúde, segurança e atendimento aos povos tradicionais, visando enfrentar essa situação desafiadora.

A Região Hidrográfica Paraguai abrange uma vasta área de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, incluindo a maior parte do Pantanal, a maior área úmida contínua do planeta.