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Risco da reforma tributária: Influência de grupos de pressão preocupa especialistas

27 MAI 2024 • POR Redação • 07h20
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O renomado economista e ex-presidente do Insper, Marcos Lisboa, expressou preocupação com o rumo da reforma tributária, alegando que está sendo distorcida por influências de grupos de pressão. Em uma entrevista à CNN, Lisboa criticou as exceções previstas no texto, inclusive aquelas que beneficiariam sua própria categoria profissional, a dos economistas.

Lisboa denunciou que o processo de tramitação da reforma está sendo intensamente influenciado por lobbies, resultando em concessões questionáveis e contas "estapafúrdias". Ele destacou a falta de justificativa moral para a inclusão de sua categoria em um regime tributário simplificado.

Segundo o economista, é inaceitável que profissionais como economistas, advogados, engenheiros, médicos e até mesmo personal trainers tenham benefícios fiscais diferenciados. Ele apontou que essa concessão de privilégios a determinadas categorias é resultado da influência de grupos de pressão, o que compromete a transparência e a equidade do processo legislativo.

Lisboa defendeu que o debate sobre a reforma tributária deveria ser mais transparente e acessível ao público, sugerindo que as discussões ocorressem apenas em audiências públicas, registradas em ata. Ele expressou preocupação com as reuniões fechadas entre legisladores e grupos de interesse, destacando a necessidade de maior transparência e accountability no processo legislativo.

Na mesma entrevista, Lisboa elogiou o trabalho de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central, destacando a gestão bem-sucedida da política monetária durante um período de inflação elevada e desafios econômicos. Ele reconheceu as conquistas do BC, incluindo a implementação do Pix e mudanças positivas no mercado de crédito.