Economia

Consumidores ficam apreensivos com possível aumento nos preços dos combustíveis

10 JUN 2024 • POR Redação • 10h26
Reprodução (Procon/MS)

O setor de combustíveis enfrenta um cenário de incerteza com a possibilidade de reajustes nos preços por litro, marcando o início da semana com preocupações para os consumidores. A rede Ipiranga iniciou esse movimento ao comunicar à sua rede, na última sexta-feira (7), um aumento de preços a partir de terça-feira (11).

Essa alta nos preços é uma resposta à medida provisória que compensa a desoneração da folha de pagamento para 17 setores e pequenos municípios, implementada pelo governo Lula (PT). A mudança restringiu o uso de créditos tributários de PIS/Cofins, impactando o setor de combustíveis com um possível aumento entre 4% e 7% no preço da gasolina e entre 1% e 4% no diesel, segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

Até o momento, apenas a rede Ipiranga anunciou o aumento de preços, porém é esperado que outras empresas sigam o mesmo caminho nos próximos dias. A empresa justificou sua ação afirmando que "pratica uma política de preços alinhada aos parâmetros vigentes, atendendo às normas setoriais".

Apesar de contatadas, as empresas Vibra (antiga BR), Raízen (dona da Shell) e Ale não forneceram resposta até o momento. Segundo José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), representantes de outras distribuidoras têm comunicado verbalmente que os preços devem aumentar entre terça e quarta-feira.

Os postos ainda não têm clareza sobre o tamanho do reajuste por litro, variando de acordo com a distribuidora. Estima-se um aumento de R$ 0,30 no preço da gasolina e de até R$ 0,23 no diesel, valores calculados pelo IBP.

Com a medida provisória já em vigor, as empresas enfrentam a necessidade de desembolsar mais dinheiro do seu caixa para arcar com essas obrigações tributárias até o próximo dia 20.

Na visão de Emílio Roberto Chierighini Martins, do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas (Recap), os avisos de aumento de preços são uma forma de pressionar o governo, considerando que a medida não impede o ressarcimento dos créditos tributários. Para os postos, o impacto é imediato, refletindo diretamente no consumidor. "Nós não pagamos impostos. Imposto é preço."