Meio Ambiente

Família ribeirinha é resgatada de incêndio no Pantanal

Fogo já destruiu 433,7 mil hectares, equivalente a duas vezes a cidade de São Paulo; 296,5 mil hectares destruídos somente em MS

16 JUN 2024 • POR Redação • 10h48
Reprodução (G1)

Uma equipe do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul resgatou, nesta sexta-feira (14), uma família ribeirinha cercada por um incêndio no Pantanal. A família, temerosa diante das chamas, havia solicitado socorro e aguardava na margem esquerda do rio Paraguai. Após o resgate, os bombeiros levaram a família até Corumbá e retornaram ao local para continuar o combate ao fogo.

Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indicam que, até essa sexta-feira, 433,7 mil hectares do Pantanal foram devastados por incêndios florestais, com 296,5 mil hectares destruídos somente em Mato Grosso do Sul. Essa área equivale a quase duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo, que é de 150 mil hectares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelou que, nas últimas 48 horas, quatro cidades da região pantaneira registraram o maior número de focos de calor no país. Corumbá lidera com 244 focos, seguida por Porto Murtinho com 95, Poconé (MT) com 54 e Aquidauana com 32. Em junho, o bioma Pantanal registrou 1.120 focos de incêndio, sendo 901 em Mato Grosso do Sul e 219 em Mato Grosso.

A situação é agravada pela seca severa no rio Paraguai, a principal bacia hidrográfica do Pantanal. O Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), indicou que, nesta sexta-feira (14), o nível do rio está 3,10 metros abaixo da média histórica para o mês de junho em Ladário. A baixa pluviosidade no início do ano contribuiu para essa situação crítica, que pode se agravar entre setembro e outubro, conforme alertou o pesquisador responsável pelo boletim.