Economia

Presidente Lula questiona cortes de gastos enquanto dólar atinge R$ 5,51

27 JUN 2024 • POR Redação • 12h36
xc - Reprodução

Em meio a pressões para equilibrar as contas públicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 26, que o governo está revisando os gastos da União, mas ponderou se o foco deveria ser "cortar ou aumentar a arrecadação". Lula destacou que essa discussão está sendo conduzida com serenidade, desconsiderando a ansiedade do mercado financeiro.

A reação foi imediata nos mercados: o dólar, já sob influências externas, registrou um aumento significativo ao longo do dia, fechando em R$ 5,51, o maior valor desde janeiro de 2022. Nem mesmo o decreto formalizando a meta contínua de inflação ou declarações do secretário do Tesouro, Rogério Ceron, garantindo apoio total ao governo, conseguiram aliviar as tensões. A moeda acumula uma valorização de 5,12% somente neste mês.

Durante entrevista ao portal UOL, Lula explicou: "Estamos analisando onde há gastos excessivos, onde pessoas não deveriam estar recebendo benefícios indevidos. Mas devemos conduzir isso com tranquilidade, não sob pressão do mercado, e sim considerando a necessidade de manter políticas de investimento."

O presidente também reiterou sua posição contra desvincular o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da política de valorização do salário mínimo, argumentando que o benefício não deve ser considerado como despesa. Ele descartou revisar a regra que garante reajustes reais ao salário mínimo, essencial para benefícios previdenciários.

Sobre a sucessão no Banco Central, Lula elogiou Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária, mas afirmou não ter decidido sobre o próximo presidente da instituição, cujo mandato de Roberto Campos Neto termina em dezembro.

Ao abordar a autonomia do BC, Lula criticou a necessidade de uma nova lei para reafirmar essa independência, enfatizando que o mais importante é respeitar a função da instituição diante das condições econômicas. (Noticias ao Minuto)