Chuva prevista pode amenizar crise de incêndios no Pantanal

Em meio a um dos períodos mais secos já registrados, o Pantanal sul-mato-grossense pode vislumbrar um alívio temporário com a possibilidade de chuvas previstas para a próxima semana. O governo do Estado emitiu um boletim informativo destacando que há expectativa de precipitações a partir do dia 7 de julho, com maior probabilidade no dia 10.

Os modelos meteorológicos indicam que estas chuvas, embora esperadas, serão de baixa intensidade, com poucos milímetros, o que pode oferecer um breve respiro ao bioma, reduzindo os focos de calor que têm assolado a região.

Apesar da perspectiva de chuvas, o risco de incêndios ainda é considerável. O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ alerta para um risco variando de "moderado" a "extremo" nos próximos dias, especialmente nas áreas norte, nordeste e noroeste do Pantanal.

Recentemente, após uma frente fria e chuvas isoladas, observou-se uma redução nos focos de calor, mas os desafios persistem. A chefe do Centro de Proteção Ambiental, tenente-coronel Tatiane de Oliveira, enfatizou as dificuldades enfrentadas pelos brigadistas, especialmente devido à baixa umidade durante o dia e mudanças na direção dos ventos.

A temporada de incêndios deste ano começou mais cedo devido à seca intensa em junho, e a previsão de prolongamento da estiagem até setembro, influenciada pelo fenômeno La Niña, preocupa as autoridades e ambientalistas.

Dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul mostram que o Pantanal é o bioma brasileiro mais afetado pela seca, com uma significativa redução na superfície de água nos últimos 38 anos. Em 2023, apenas 2,6% do Pantanal estava coberto por água, marcando um período de extrema aridez comparado às médias históricas.