Brasil reforça parceria com Bolívia para investimentos estratégicos em gás e fertilizantes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso do Brasil em fortalecer sua parceria com a Bolívia durante seu encontro com o presidente boliviano Luis Arce, após recentes turbulências políticas no país vizinho. Lula discutiu planos para impulsionar o setor de gás natural, incluindo a possibilidade de construir uma fábrica de fertilizantes na fronteira entre Corumbá e Porto Quijarro. Empresários brasileiros também anunciaram investimentos significativos, projetando até US$ 140 milhões na exploração de novas reservas de gás.

A comitiva brasileira, que incluiu a presidente da Petrobras, Magda Chambriand, e lideranças como Marina Silva e Simone Tebet, expressou interesse em ampliar a capacidade do Gasbol, principal gasoduto que conecta os dois países, visando aumentar as importações de gás natural boliviano para o Brasil. Atualmente, apenas 9 milhões de metros cúbicos diários são importados, mas há planos de elevar esse volume para atender à crescente demanda interna.

Lula destacou a importância estratégica da Bolívia como fornecedor de gás para o Brasil e mencionou o potencial da cooperação bilateral não apenas na área de energia, mas também na produção de fertilizantes, visando reduzir a dependência externa do Brasil nesse setor crucial para a agricultura nacional.

Além dos planos para a fábrica de fertilizantes, Lula mencionou a Unidade de Fertilizantes III (UFN3) da Petrobras, cuja construção está em curso em Mato Grosso do Sul, utilizando gás natural boliviano como matéria-prima. No entanto, as obras estão paralisadas desde 2015, aguardando novos desdobramentos.

A Petrobras, por sua vez, anunciou planos de investir US$ 40 milhões na perfuração de um poço exploratório em San Telmo Norte, Tarija, em 2025, sujeito à aprovação ambiental. Esses investimentos são vistos como essenciais para viabilizar a indústria petroquímica e de fertilizantes no Brasil, buscando preços competitivos para impulsionar o desenvolvimento econômico.

Os Irmãos Batista, por meio de sua subsidiária Fluxus, também estão ativos na região, com um investimento de US$ 100 milhões para explorar novas reservas de gás boliviano, após adquirirem a Pluspetrol Bolívia recentemente.