Meio Ambiente

Fogo volta a atingir Pantanal em Corumbá, MS

Após período de queda, incêndios reacendem com alta temperatura e caixa umidade

23 JUL 2024 • POR Redação • 08h55
Reprodução

Após um período de queda e até mesmo a eliminação dos focos de incêndio, o Pantanal voltou a ser consumido pelo fogo nesta segunda-feira (22). A combinação de altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar intensificou os incêndios na região de Corumbá, Mato Grosso do Sul. Brigadistas do PrevFogo, órgão vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), estão utilizando aviões e helicópteros no combate às chamas.

Corumbá concentra cerca de 88% dos focos de incêndio ativos no Pantanal e está sob alerta laranja, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A umidade relativa do ar na cidade deve variar entre 20% e 12% ao longo desta semana, o que pode intensificar os incêndios florestais. Atualmente, 61 focos de incêndio estão ativos na região do Pantanal, sendo 55 em Corumbá, 4 em Poconé (MT) e 2 em Porto Murtinho (MS), de acordo com o programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O fogo tem consumido o bioma há mais de três meses, destruindo mais de 794 mil hectares, o que representa cerca de 5% do território pantaneiro. O Corpo de Bombeiros está monitorando cinco áreas específicas: a Região Rabicho, próxima ao Rio Paraguai, onde foram feitos aceiros em uma fazenda e os combates em solo são realizados pela Marinha do Brasil; Porto da Manga, onde o incêndio se estende por aproximadamente 4 km e os bombeiros realizam intervenções de combate; a Região dos Paiaguás, no nordeste do Pantanal, onde há combate contínuo aos focos de incêndio ativos; Maracangalha, onde equipes realizaram reconhecimento e mapeamento dos focos de calor com drones e a região está sob vigilância; e Nhecolândia, onde os focos foram controlados, mas os bombeiros permanecem em alerta para possíveis reativações.

Os especialistas já previam o retorno dos incêndios, mesmo com dias em que os focos foram zerados. O fogo subterrâneo, conhecido como turfa, é uma preocupação particular devido à matéria orgânica altamente inflamável presente no solo do Pantanal. Mais de 500 profissionais, incluindo brigadistas do Ibama, ICMbio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas, e militares do Corpo de Bombeiros, estão atuando sistematicamente para combater as chamas no bioma. Ao todo, 11 aeronaves estão sendo utilizadas no combate ao fogo, incluindo Air Tractors, helicópteros e o cargueiro KC-390. A estrutura conta também com 39 veículos, entre caminhonetes, caminhões e lanchas, usados conforme a demanda diária.

Várias cidades de Mato Grosso do Sul seguem em situação de emergência devido aos incêndios, conforme decreto do governo estadual.