Saúde

Brasil investiga primeiros óbitos por febre oropouche no mundo

Com 7.044 casos confirmados em 16 Estados, o Brasil apura óbitos suspeitos, incluindo investigações em MS.

23 JUL 2024 • POR Redação • 06h00
Reprodução

O Brasil está investigando os primeiros possíveis óbitos por febre oropouche, uma doença causada pelo Orthobunyavirus (OROV), que até agora não havia registrado mortes confirmadas. O Ministério da Saúde está analisando três casos suspeitos: dois na Bahia, em Camamu e Valença, e um em Santa Catarina. Se confirmadas, essas mortes seriam as primeiras documentadas no mundo.

Neste ano, o país já registrou 7.044 casos de febre oropouche com transmissão autóctone em 16 Estados, incluindo Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Investigações também estão em andamento no Ceará, Pará e Mato Grosso do Sul.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registrou os óbitos como causados pela febre oropouche, mas aguarda confirmação do Ministério da Saúde. Os casos ocorridos em Camamu e Valença envolveram jovens de 21 e 24 anos, sem comorbidades, o que acendeu alertas devido à rápida progressão dos sintomas e ao impacto grave da doença, com características semelhantes às de febre hemorrágica, como observado em casos de dengue.

Um estudo elaborado por especialistas da Bahia e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca a necessidade urgente de vigilância epidemiológica mais rigorosa. O relatório revela que a febre oropouche pode causar fenômenos hemorrágicos graves e problemas hepáticos, complicando o diagnóstico e tratamento.

Em Santa Catarina, o caso suspeito é investigado com apoio do Paraná. A Secretaria de Saúde local identificou um paciente que teria contraído a doença durante uma viagem ao Estado. Santa Catarina já confirmou 140 casos, com os municípios de Luiz Alves, Botuverá e Blumenau apresentando os maiores números.

Atualmente, não há vacina ou tratamento específico para a febre oropouche. Os pacientes são tratados para aliviar os sintomas e monitorados de perto. Recentemente, o Ministério da Saúde alertou para a possibilidade de transmissão vertical do vírus, que pode causar microcefalia em bebês, refletindo preocupações semelhantes às observadas com o vírus zika.

A febre oropouche é transmitida por mosquitos e os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia. Casos graves podem envolver sintomas neurológicos e hemorrágicos.