Política

Maduro é reeleito presidente da Venezuela; oposição contesta resultados

Conselho Nacional Eleitoral declara vitória com 51,2% dos votos, enquanto oposição alega fraude e reivindica 70% para Edmundo González

29 JUL 2024 • POR Redação • 07h03
Reprodução

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou a reeleição de Nicolás Maduro após a apuração de 80% dos votos. Segundo o órgão, Maduro obteve 51,2% dos votos, totalizando 5.150.092 eleitores, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González, conquistou 44,2%, somando 4.445.978 votos. Com esse resultado, Maduro inicia um novo mandato de seis anos, de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.

Logo após o anúncio, a sede da campanha de Maduro em Caracas foi palco de comemorações. O presidente reeleito abraçou apoiadores ao som de músicas que exaltavam sua liderança como "coração do povo". Em seu discurso, Maduro afirmou que sua vitória representa a continuidade da paz e da estabilidade no país. "O povo disse paz, tranquilidade. Fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará", declarou Maduro. A vitória de Maduro acontece em meio a um cenário de críticas internacionais sobre a condução do processo eleitoral na Venezuela. O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, expressou sérias preocupações sobre a legitimidade dos resultados. O presidente chileno, Gabriel Boric, afirmou que os números são "difíceis de acreditar" e que o Chile não reconhecerá resultados não verificáveis.

A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, contesta os resultados divulgados pelo CNE. Machado afirmou que, de acordo com suas apurações, Edmundo González teria obtido 70% dos votos. "Nós vamos combater com a verdade. É impossível o que disseram", declarou Machado, prometendo continuar a denunciar o que chamou de fraude eleitoral. González, que assumiu a candidatura após o impedimento de Machado pela Justiça venezuelana, também se pronunciou, garantindo que a luta continuará até que a vontade popular seja respeitada. A enviada especial da CNN a Caracas, Luciana Taddeo, teve acesso exclusivo a atas de votação que mostravam uma vantagem significativa para González em algumas mesas eleitorais.

A Venezuela tem um histórico de disputas eleitorais acirradas e contestações. Em 2013, a divulgação dos resultados entre Nicolás Maduro e Henrique Capriles também foi marcada por atrasos e protestos. Na época, Capriles não reconheceu os resultados, o que levou a dias de manifestações e violência. (com inf da CNN)

Quem contestou resultado

Estados Unidos - secretário de Estado, Antony Blinken;
União Europeia - vice-presidente Josep Borrell Fontelles;
Reino Unido - Ministério das Relações Exteriores;
Chile - presidente Gabriel Boric;
Argentina - presidente Javier Milei;
Espanha - ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares;
Italia - vice-primeiro-ministro Antonio Tajani;
Peru - ministro das Relações Exteriores, Javier Gonzalez-Olaecha;
Colômbia - ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo.

Quem parabenizou Maduro

Rússia - presidente Vladimir Putin;
China - Ministério das Relações Exteriores;
Honduras - presidente Xiomara Castro;
Cuba - presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez;
Bolívia - presidente Luis Arce;
Nicarágua - presidente Daniel Ortega.