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Putin ameaça retomar produção de mísseis nucleares se EUA implantarem armas na Europa

29 JUL 2024 • POR Redação • 07h45
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O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou reiniciar a produção de mísseis nucleares de alcance intermédio caso os Estados Unidos avancem com a instalação desses armamentos na Alemanha ou em qualquer outra parte da Europa. A declaração foi feita durante um discurso em um desfile naval em São Petersburgo.

Putin afirmou que, se os EUA implementarem os planos anunciados, a Rússia considerará sua moratória unilateral sobre a produção desses mísseis como terminada. “Nos consideraremos livres da moratória unilateral anteriormente adotada sobre a implementação de capacidades de ataque de médio e curto alcance”, declarou o presidente russo.

Os mísseis de alcance intermédio, com um alcance que varia entre 500 e 5.500 quilômetros, eram regulados pelo Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF), assinado durante a era da União Soviética. No entanto, a Rússia e os Estados Unidos retiraram-se do tratado em 2019, ambos acusando-se mutuamente de violações.

Apesar de Moscovo ter prometido não reiniciar a produção desses mísseis enquanto os EUA não os implantassem fora de seu território, a recente intenção de Washington e Berlim de iniciar a implantação de armas de longo alcance na Alemanha em 2026 provocou uma reação dura. “Importantes locais russos da administração estatal e do exército estarão ao alcance destes mísseis. O tempo de voo destes mísseis, que poderão no futuro ser equipados com ogivas nucleares, até aos nossos territórios será de cerca de 10 minutos”, explicou Putin.

O presidente russo também comparou a situação atual com a crise dos mísseis Pershing durante a Guerra Fria, destacando o potencial de ameaça para a segurança nacional da Rússia.

O Kremlin já havia advertido, em julho, que as capitais europeias se tornariam alvos legítimos se os mísseis americanos fossem implantados no continente.

Putin fez essas declarações no contexto do desfile anual da frota russa em São Petersburgo, que contou com a presença de navios de países como China, Índia e Argélia.