Venezuela expulsa diplomatas de 7 países após contestarem sua vitória nas eleições
Decisão segue alegações de fraude nas eleições e críticas internacionais; Brasil ainda não se manifestou sobre a situação.
30 JUL 2024 • POR Redação • 09h29O governo de Nicolás Maduro anunciou a expulsão de todo o corpo diplomático de sete países que contestaram o resultado das recentes eleições presidenciais na Venezuela. A medida foi divulgada na tarde desta segunda-feira (29), após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter proclamado Maduro como vencedor da eleição.
Os países afetados pela decisão são Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, afirmou que essas nações, que incluíam alguns dos principais críticos do governo de Maduro, estavam "atentando contra a soberania nacional" e haviam se alinhado com o "fascismo internacional".
O resultado das eleições, que deu a vitória a Nicolás Maduro com 51,2% dos votos contra 44% para o opositor Edmundo González, tem gerado controvérsias significativas. A oposição alegou que González, seu candidato, venceu com ampla margem, e acusou o CNE de manipular os resultados ao esconder dados das atas de votação. A oposição também apontou que pesquisas de boca de urna indicavam uma vitória de González.
Entre os países que contestaram o resultado estão Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Equador, Colômbia e Guatemala. Esses governos expressaram dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral, enquanto países como Rússia, China, Irã, Bolívia, Cuba e Nicarágua parabenizaram Maduro pela vitória.
Posição do governo brasileiroO governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a situação. O Itamaraty informou que está acompanhando o processo de apuração e aguarda informações mais detalhadas, incluindo dados desagregados das eleições, para avaliar a transparência e legitimidade do pleito.
O Ministério Público venezuelano, por sua vez, saudou a população pelo comportamento cívico e democrático durante as eleições e rejeitou as críticas de governos latino-americanos que, segundo o comunicado, tentaram "interferir" na democracia venezuelana.