MS registra menor número de recuperações judiciais no agronegócio da região Centro-Oeste

Com apenas três pedidos no primeiro trimestre de 2024, o Estado se destaca por uma menor necessidade de proteção judicial em comparação com MT, que teve 53 solicitações.

Mato Grosso do Sul registrou o menor número de pedidos de recuperação judicial no agronegócio entre os estados da região Centro-Oeste no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da Serasa Experian. Apenas três produtores rurais no Estado recorreram ao sistema judicial para evitar a falência, contrastando com os 53 pedidos registrados em Mato Grosso.

Embora o número de pedidos em Mato Grosso do Sul seja relativamente baixo, houve um pequeno aumento em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados dois pedidos. Nos últimos três anos, o número de solicitações variou: de um pedido em 2021, para nenhum em 2022, e para 10 em 2023.

Apesar das dificuldades climáticas enfrentadas, o agronegócio em Mato Grosso do Sul manteve uma produtividade estável. Isso contrasta com a situação em estados vizinhos, como Goiás e Mato Grosso, onde a produtividade foi mais severamente afetada pela estiagem.

A diferença no número de pedidos de recuperação judicial entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso pode ser atribuída a diferenças econômicas e de mercado. Mato Grosso possui um setor agropecuário mais robusto e uma economia mais dinâmica, resultando em uma maior demanda por serviços de análise de crédito. Em contraste, Mato Grosso do Sul tem uma economia menos dinâmica, o que se reflete em um menor número de pedidos.

No primeiro trimestre, o Centro-Oeste liderou o número de pedidos de recuperação judicial, com Mato Grosso registrando 53 solicitações e Goiás 16. Outros estados com números significativos foram Paraná (12), Rio Grande do Sul (6), São Paulo (4), além de Tocantins, Pará e Mato Grosso do Sul, todos com 3 pedidos cada.

Apesar da situação relativamente favorável no agronegócio, Mato Grosso do Sul enfrenta um aumento no número de pedidos de recuperação judicial de empresas em geral. Entre janeiro e maio de 2024, foram registrados 29 pedidos, superando o total de 23 do ano passado e representando um aumento significativo.

Esse aumento é atribuído a diversos fatores, incluindo a redução do consumo e a necessidade de cortes de custos, o que pode afetar negativamente a economia local e resultar em demissões. Empresas em recuperação judicial frequentemente enfrentam desafios financeiros que impactam tanto empresários quanto trabalhadores.

A Lei de Recuperação Judicial e Falências (Lei nº 11.101/2005) é aplicável a produtores rurais que operam como empresas. Essa legislação permite que produtores enfrentem dificuldades financeiras e reestruturem suas dívidas para continuar suas atividades.