Política

Resistências parlamentares adiam sabatina de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central

Governo tenta antecipar a sabatina para 10 de setembro, mas encontra obstáculos entre senadores e enfrenta impasses eleitorais.

29 AGO 2024 • POR Redação • 09h36
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O governo federal enfrenta dificuldades para acelerar a sabatina de Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do Banco Central. A tentativa de marcar a sessão para o dia 10 de setembro encontrou resistência entre os senadores, resultando em um possível adiamento para novembro.

Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), havia mostrado disposição para realizar a sabatina na data sugerida. Segundo fontes próximas a Cardoso, haveria espaço para que Galípolo visitasse os gabinetes dos senadores antes da sessão. Contudo, a proposta encontrou oposição de outros parlamentares e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Entre os fatores que contribuem para a resistência estão as tensões entre o Senado e o governo federal, como o impasse sobre o congelamento de emendas parlamentares. Além disso, a proximidade das eleições municipais tem reduzido o quórum no Senado, com muitos senadores envolvidos em suas campanhas. O próprio Vanderlan Cardoso é candidato a prefeito em Goiânia, o que pode impactar a disponibilidade para a sabatina.

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), vice-presidente do Senado, expressou apoio a Galípolo, mas destacou que não vê urgência na sabatina, dado que o mandato do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, termina apenas em dezembro. Vital do Rêgo observou que a agenda do Senado está limitada pelas eleições, com apenas uma semana de sessões presenciais restantes antes do pleito.

O senador Angelo Coronel (PSD-BA), vice-presidente da CAE, também apontou que o período eleitoral pode complicar o processo de sabatina, uma vez que a maioria dos senadores está focada nas campanhas eleitorais. Ele lembrou que a indicação de Galípolo ainda não foi oficialmente recebida pelo Senado, o que pode atrasar o início do processo.

Atualmente diretor de Política Monetária do Banco Central, Galípolo foi indicado para suceder Roberto Campos Neto. De acordo com a legislação, após a indicação presidencial, o nome precisa passar por uma sabatina na CAE e, se aprovado, ser votado pelo plenário do Senado. Embora o governo tenha inicialmente desejado realizar a sabatina na próxima terça-feira (3), os desafios políticos podem forçar um adiamento até após as eleições municipais.