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Comitê do setor elétrico debate plano antiapagão e possível retorno do horário de verão

20 SET 2024 • POR Redação • 08h00
Reprodução

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico realiza uma reunião extraordinária no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (19) para discutir um plano de contingência destinado a evitar apagões e garantir o fornecimento de energia elétrica no Brasil até 2026. O encontro ocorre em um cenário crítico, com o país enfrentando a pior seca em 94 anos e a expectativa de picos elevados no consumo de energia devido ao calor.

Composto por representantes do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Empresa de Pesquisa Energética, entre outros, o comitê buscará desenvolver estratégias para manter a estabilidade no fornecimento de energia, especialmente considerando a baixa disponibilidade de água nos reservatórios das hidrelétricas.

A severa seca tem causado um déficit na geração das usinas hidrelétricas, particularmente no Norte do Brasil. Como alternativa, está sendo intensificado o uso de usinas térmicas, que são mais caras e poluentes, e a reserva estratégica de água para enfrentar a escassez nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. A ativação dessas usinas resultou na elevação das bandeiras tarifárias para o nível máximo em setembro, elevando a conta de energia elétrica em cerca de 10%.

Um dos principais desafios discutidos é o “horário de ponta” da demanda, que ocorre entre 18h e 19h, quando as usinas solares param de gerar energia e as eólicas têm produção reduzida. Enquanto em 2014 as fontes renováveis representavam apenas 2,2% da matriz elétrica do país, hoje elas respondem por mais de 20%. A ausência de produção dessas fontes durante o horário de ponta torna o sistema mais vulnerável, exigindo maior utilização das hidrelétricas e usinas térmicas.

O retorno do horário de verão também está na pauta da reunião. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que a medida poderia ajudar a reduzir o consumo de energia elétrica. O horário de verão foi abolido em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, devido à baixa economia de energia observada na época. A proposta de adiantar os relógios em uma hora durante os meses de verão visa aproveitar a luz natural por mais tempo, reduzindo a necessidade de iluminação elétrica e potencialmente diminuindo a demanda.

O Comitê também avaliará as implicações do horário de verão para a iluminação pública e o impacto no consumo de energia residencial e comercial.