Meio Ambiente

Captura em massa de animais de rua gera controvérsias

Medida enfrenta resistência e coloca em questão o bem-estar dos animais

7 AGO 2023 • POR redação • 09h45

Em meio às decisões tomadas pelas Secretarias de Saúde de Bonito para intensificar a captura de cães de rua, a polêmica está instalada. Órgãos de proteção animal, protetores de animais e defensores dos direitos dos animais de Campo Grande, MS, manifestam-se firmemente contra essa abordagem, questionando sua efetividade e levantando preocupações sobre o bem-estar dos animais envolvidos. Enquanto o objetivo declarado das autoridades é controlar a população de animais nas ruas e reduzir possíveis riscos à saúde pública, especialistas apontam que a simples captura e recolhimento de cães não abordam as causas fundamentais do abandono animal. Além disso, muitos questionam se a medida de captura em massa é a solução mais adequada para o problema.

Os membros da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB/MS têm se pronunciado sobre os impactos negativos dessa abordagem. As advogadas Adriana Carvalho e Charlita Benites, da CDDA, explicam que embora tal prática possa não ser uma realidade oficial na capital, como indicam os esforços do Ministério Público em parceria com a mencionada Comissão, algumas preocupações decorrentes do recolhimento em massa merecem destaque. Para a advogada, a ineficiência do poder público no controle populacional de animais é uma delas, visto que essa responsabilidade deve ser assumida por órgãos competentes, e a decisão de implementar medidas corretivas, como a eutanásia em massa, em detrimento de abordagens preventivas, demonstra uma falta de abrangência na solução do problema.

"A situação é desafiadora, e os protetores enfrentam dificuldades sem o apoio necessário do poder público. Hoje, com base nas pesquisas levantadas pela Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, somam-se mais de 4.000 animais vítimas de maus-tratos e resgatados das ruas pelos protetores de animais em nossa Capital", enfatizou Charlita.

De acordo com a CDDA, para enfrentar esse cenário, é imperativo buscar medidas viáveis que unam a preocupação com a saúde pública e o bem-estar animal. A castração massiva é uma das alternativas propostas pelos defensores dos animais. Embora já haja programas de castração, segundo os protetores de animais, os desafios burocráticos e a limitação de atendimentos dificultam sua eficácia. Portanto, políticas públicas que permitam a castração em larga escala são fundamentais para conter a superlotação de animais. "Estamos falando de protetores de animais que abrigam mais de 100, 300 animais em seus abrigos e não recebem nenhum apoio do Município", finalizou.