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Com o fim do vazio sanitário, produtores rurais iniciam o plantio da soja em MS

O vazio sanitário é regulamentado pela resolução da Semadesc, nº 648, de 15 de agosto de 2017, por meio da Lei Estadual nº 3.333 de 21 de dezembro de 2006.

18 SET 2023 • POR Redação • 09h02
Reprodução

O vazio sanitário da soja em Mato Grosso do Sul, período de 90 dias em que a semeadura ou a manutenção de plantas de soja é proibida, chega ao fim . Essa medida tem como objetivo reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática, uma das doenças mais prejudiciais para a cultura da soja. O vazio sanitário é regulamentado pela resolução da Semadesc, nº 648, de 15 de agosto de 2017, por meio da Lei Estadual nº 3.333 de 21 de dezembro de 2006.

O consultor técnico do Sistema Famasul, Lenon Lovera, destaca a importância desse período de restrição, explicando que a ferrugem asiática é uma das doenças mais graves para a soja e pode ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento da planta. Estudos demonstraram que o fungo atingiu níveis endêmicos, resultando em perdas de produtividade que variam de 10% a 90%.

Pesquisas da Embrapa Soja também apontam que o vazio sanitário ajuda a reduzir a presença do fungo causador da ferrugem asiática. O fungo é biotrófico, dependendo de um hospedeiro vivo para se desenvolver e reproduzir. Portanto, eliminando as plantas de soja na entressafra, é possível quebrar o ciclo do fungo e reduzir o número de esporos no ambiente.

A detecção da ferrugem asiática é realizada ao verificar saliências semelhantes a pequenas feridas ou bolhas no verso das folhas, que correspondem às estruturas de reprodução do fungo.

O período do vazio sanitário é também quando se inicia oficialmente o plantio da soja, marcado pelo evento realizado pela Aprosoja/MS com o apoio da Famasul. Durante esse evento, são apresentadas estimativas para a safra 2023/2024, incluindo área semeada, produção e produtividade.

O presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, destaca que a alta probabilidade do fenômeno El Niño pode resultar em um aumento no volume de chuvas, o que pode beneficiar a safra, especialmente durante os meses de janeiro e fevereiro, quando a cultura demanda mais água.

Na safra passada, a soja ocupou 4 milhões de hectares em Mato Grosso do Sul, com uma produtividade média de 62,44 sacas por hectare e uma produção total de 15 milhões de toneladas.

A data de 15 de setembro também marcou o início oficial da semeadura do grão, com evento realizado pela Aprosoja/MS, com apoio da Famasul.