A Operação Turnn Off, deflagrada nesta quinta-feira (30) pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), revelou um sofisticado esquema de corrupção que assola o cenário das licitações no estado. Com o empresário Lucas de Andrade Coutinho no epicentro das investigações, o esquema engloba diversos agentes públicos e privados, desenhando um panorama alarmante de práticas fraudulentas.
O empresário Coutinho, proprietário da empresa Isototal, foi detido por supostas fraudes em licitações que envolvem a contratação de empresas para fornecimento de equipamentos hospitalares e sistemas de ar-condicionado. No centro das acusações está a utilização de uma licença sanitária falsificada, segundo a denúncia inicial apresentada pelo MPMS.
O processo, iniciado em janeiro de 2017, descreve como Coutinho teria concorrido, por meio de uma licença falsa, em uma licitação promovida pela Secretaria de Estado de Administração de Mato Grosso do Sul. O empresário admitiu ter falsificado o documento após supostas tentativas legítimas de obtê-lo fracassarem.
A Operação Turnn Off desvendou um amplo esquema de corrupção que se estendia por três secretarias do governo estadual e atingia, pelo menos, três prefeituras do interior. Os irmãos Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, donos da Isototal, surgem como os principais operadores dessa teia de ilicitudes.
Além dos empresários, foram presos servidores estaduais, incluindo Simone de Oliveira Ramires Castro, pregoeira-chefe da Secretaria de Estado de Administração (SAD), e Édio Antônio Resende de Castro, ex-secretário-adjunto de Educação. O esquema, segundo as investigações, movimentou aproximadamente R$ 68 milhões em contratos e convênios ativos com o governo de Mato Grosso do Sul.
A Operação Turnn Off permanece em curso, buscando desarticular completamente essa rede de corrupção que corroeu a lisura dos processos licitatórios no estado.
