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Polícia

há 3 meses

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Facções criminosas do RJ recebiam armas de quadrilha de Mato Grosso do Sul

Irmãos Martins lideravam esquema que enviava armamento e drogas para o Rio de Janeiro e outras regiões do Brasil

Atualizado: 25/05/2024 11:15

Redação

Uma quadrilha de Mato Grosso do Sul, liderada pelos irmãos Marcel Martins Silva e Valter Ulisses Martins, foi desmantelada pela Polícia Federal (PF) em uma operação que revelou um esquema de tráfico de armas e drogas. A investigação aponta que o grupo enviava armamento para facções criminosas no Rio de Janeiro e outros estados do Sul e Sudeste do país.

Os irmãos Martins, residentes em Dourados, foram identificados como os chefes da organização criminosa. Valter Martins era o principal contato com traficantes internacionais, cuidando diretamente dos negócios ilegais, enquanto Marcel Martins, mantendo a aparência de empresário legítimo, gerenciava a lavagem de dinheiro.

De acordo com o delegado Lucas Vilela, responsável pelas operações Prime e Sordidum, as armas vinham do Paraguai. Durante a execução dos mandados na semana passada, a PF apreendeu um arsenal que incluía duas submetralhadoras, uma espingarda calibre 12, um revólver, cinco pistolas e diversas munições. No entanto, as autoridades ainda não detalharam todas as armas traficadas pela quadrilha.

As facções que recebiam as armas no Rio de Janeiro incluem o Comando Vermelho (CV), Amigo dos Amigos, Terceiro Comando Puro, milícias e Povo de Israel. No Paraná, atuam o CV, Primeiro Comando da Capital (PCC), Primeiro Grupo Catarinense, Cartel do Sul, Ferro Velho e Máfia Paranaense. Em Santa Catarina, as facções incluem CV, PCC, Bala na Cara, Primeiro Grupo Catarinense, Os Mano, Comando Leal e Primeiro Crime Revolucionário Catarinense. No Rio Grande do Sul, existem 15 organizações criminosas mapeadas, atuando tanto dentro quanto fora dos presídios.

A investigação da PF, que levou à Operação Prime, começou após a identificação de uma empresa em Ponta Porã com ganhos financeiros suspeitos, sugerindo atividades de lavagem de dinheiro. Este local levou a PF a um segundo grupo criminoso, cujo líder mantinha relações de amizade com os irmãos Martins.

As operações Prime e Sordidum resultaram na emissão de 64 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, além do sequestro de aproximadamente 90 imóveis e o bloqueio de bens e valores de cerca de 80 pessoas e empresas.

A PF estima que o patrimônio total das quadrilhas envolvidas chega a R$ 100 milhões, com todas utilizando doleiros paraguaios para lavar os lucros do tráfico de drogas.

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