O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) desencadeou nesta terça-feira (5) uma operação visando combater o jogo do bicho em Campo Grande. A ação, que inclui mandados de busca, apreensão e prisão, concentra-se em 10 alvos, entre eles o deputado estadual Neno Razuk (PL), cuja residência no luxuoso condomínio Damha III é um dos locais onde os mandados estão sendo cumpridos.
A investigação, relacionada ao jogo do bicho, tem vínculos com roubos de malotes e está associada à disputa pelo controle da atividade na capital do Mato Grosso do Sul. Registros policiais indicam que um sargento da Polícia Militar teria sido identificado como autor de assaltos, utilizando uma pistola para ameaçar apontadores e intimidá-los na tentativa de fazê-los mudar de lado na concorrência pelo domínio do jogo do bicho.
A residência onde foram apreendidas as máquinas de jogo do bicho também abrigava um major aposentado da Polícia Militar. Durante a operação, uma pistola foi encontrada no local. O Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) ficará encarregado de investigar as máquinas apreendidas.
A rivalidade entre grupos de diferentes estados pela liderança do jogo do bicho em Campo Grande revela também possíveis envolvimentos de servidores públicos da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul. O grupo atualmente dominante busca expandir sua influência, enquanto o grupo rival, que assumiu a liderança após a desarticulação pela Operação Omertà, tenta manter o controle.
O flagrante com 700 máquinas de jogo do bicho no Monte Castelo evidencia a adaptação do esquema de contravenção às tecnologias modernas, tornando-se menos visível para as autoridades. A presença de dois policiais militares aposentados no local, liberados no mesmo dia do flagrante, levanta questões sobre as complexas relações entre crime organizado e instituições de segurança.
