A posição geográfica estratégica de Mato Grosso do Sul tem tornado o estado um ponto de passagem vital para o tráfico de drogas, que agora também se intensifica pelo modal aéreo. Com o alto valor dos entorpecentes, traficantes têm adotado estratégias cada vez mais ousadas, utilizando principalmente aeronaves monomotor e bimotor para transportar cocaína e maconha.
As rotas aéreas atravessam consistentemente o território sul-mato-grossense, partindo do Paraguai em direção ao interior de São Paulo, onde as drogas são distribuídas por vias fluviais. A escolha das aeronaves, monomotor ou bimotor, está relacionada à capacidade de carga e à estrutura dos aviões, que podem transportar de 500 a 700 kg de drogas por viagem.
Além dos perigos inerentes ao transporte aéreo ilegal, como o abastecimento em pleno voo, os traficantes empregam diversas artimanhas para evitar a detecção pelas autoridades, incluindo a apresentação de planos de voo na linha da fronteira e a realização de ultrapassagens ilegais. As equipes de segurança têm se capacitado cada vez mais para identificar e combater essas atividades, destacando-se pelo conhecimento especializado necessário para lidar com tais operações.
Desde 2015, a operação Ícaro tem sido um esforço contínuo das autoridades para coibir o tráfico aéreo. Com o apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a operação visa reduzir o número de acidentes na região, verificar as condições de aeronavegabilidade e segurança de voo das aeronaves civis, além de recuperar produtos de furto e identificar os responsáveis por esses crimes.
Uma prática particularmente perigosa e ilegal é o abastecimento das aeronaves em pleno voo, utilizando sistemas improvisados para bombear combustível dentro do avião. Esse tipo de crime, embora não seja novo, tem se tornado mais visível devido à maior especialização e capacitação das forças de segurança, que continuam a investigar e combater essas operações.
